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Paes nega favorecer iniciativa privada em obra olímpica

Construído dentro do Centro de Convenções Riocentro, na Barra da Tijuca, zona oeste, a obra foi feita, sem licitação, pela GL events


	Eduardo Paes: a iniciativa, segundo ele, evitou que a prefeitura usasse dinheiro próprio para erguer o pavilhão
 (Tânia Rêgo/ABr)

Eduardo Paes: a iniciativa, segundo ele, evitou que a prefeitura usasse dinheiro próprio para erguer o pavilhão (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2016 às 17h33.

O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, voltou a negar hoje (11) que tenha havido favorecimento na construção, pela iniciativa privada, do Pavilhão 6.

O local receberá, a partir de agosto, competições de boxe e de vôlei sentado na Olimpíada e Paralimpíada.

Construído dentro do Centro de Convenções Riocentro, na Barra da Tijuca, zona oeste, a obra foi feita, sem licitação, pela GL events, que administra o Riocentro.

Em troca, a empresa teve estendido, sem concorrência, a administração de outro espaço, a Arena Olímpica do Rio, na Barra – sede das competições de ginástica – por 30 anos. O contrato terminaria este ano.

“Não tinha como licitar dentro de um espaço privado. Esse espaço [do Riocentro] está concedido. Ou se fazia com dinheiro público ou com o privado. Esse espaço foi concedido (por outras gestões da prefeitura) há 10 anos por [mais] 50 anos”, esclareceu Paes.

A iniciativa, segundo ele, evitou que a prefeitura usasse dinheiro próprio para erguer o pavilhão.

“Mais uma vez provamos que dá para fazer Olimpíada sem pegar o dinheiro que as pessoas pagam de impostos e colocar em tenda para pessoas lutarem boxe”, declarou.

“Amo box. É um esporte que me encanta – não posso falar de mais de nenhum esporte para não dar confusão. É um barato, popular, prioridade nacional, mas vai gastar o que a população mais pobre paga de imposto em estádio de boxe para usar 15 dias?” Paes lembrou que as Olimpíada traz bônus, como os legados para o transporte, mas também contrapartidas.

O Pavilhão 6, que tem 7,5 metros quadrados e capacidade para receber 12 mil pessoas, é considerado pela prefeitura um dos legados olímpicos.

No entanto, antes de o acordo com a GL events se tornar público, não constava da Matriz de Responsabilidades, documento que detalha projetos, custos e responsáveis pelas obras.

A ausência de um projeto poderia atrapalhar a fiscalização por órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União.

A prefeitura informou que, por ser considerado um legado, as informações sobre a construção do pavilhão não entram na Matriz de Responsabilidade, mas sim no Plano de Políticas Públicas – Legado, que reúne obras e projetos realizados pelo fato de o Rio sediar os jogos.

Sobre a possibilidade de a polêmica do Pavilhão 6, erguido sem licitação, prejudicar a imagem dos jogos, Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Organizador Local, negou. “O comitê não é responsável por essas construções. Então, não posso responder.”

Dilma Rousseff

O prefeito Eduardo Paes aproveitou a entrega do Pavilhão 6 para destacar que, apesar dos problemas políticos nacionais, a Olimpíada não está em risco e as obras dentro dos prazos.

A exceção, lembrou, é a inauguração do velódromo, prevista para o início de junho.

Perguntado se a presidenta Dilma Rousseff, que pode sofrer hoje o impeachment, estará na abertura da Olimpíada, Paes disse que não é o responsável pelos convites.

“Quem convida as pessoas não sou eu. É o comitê organizador e o Comitê Olímpico Internacional (COI). Até espalhe isso, por favor, senão o que vai ter de gente me pedindo ingresso”, brincou.

Carlos Nuzman também não assegurou uma cadeira para a presidenta na cerimônia. “Todos os convites são feitos pelo Comitê Olímpico Internacional”, informou.

“Espero ser convidado."  A direção do COI ainda não respondeu se a presidenta Dilma será convidada para a cerimônia de abertura.

Além da construção do Pavilhão 6, a prefeitura informou que a GL events investiu em adaptações de outros pavilhões do Riocentro que receberão competições internacionais.

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