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Paes diz que repasse ao Comitê Rio 2016 estava previsto

Justiça viu fins eleitoreiros no repasse de R$ 150 milhões para o Comitê Organizador Rio 2016


	Eduardo Paes: justiça viu fins eleitoreiros no repasse de R$ 150 milhões para o Comitê Organizador Rio 2016
 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Eduardo Paes: justiça viu fins eleitoreiros no repasse de R$ 150 milhões para o Comitê Organizador Rio 2016 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2016 às 17h06.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, voltou a afirmar hoje (17) que recorrerá da decisão da Justiça que viu fins eleitoreiros no repasse de R$ 150 milhões para o Comitê Organizador Rio 2016.

O prefeito havia anunciado a transferência na última segunda-feira (15) para garantir a Paralimpíada, em setembro. A organização do evento busca recursos no governo ou em um mega patrocinador para garantir a realização das competições.

Segundo Paes, o contrato assinado entre a prefeitura do Rio e o Comitê Organizador, quando a cidade se candidatou para receber os jogos, em 2009, já previa a possibilidade de repasse público à Rio 2016. O prefeito vai usar esse argumento para pedir que a Justiça Eleitoral libere o aporte.

“Esse não é um compromisso assumido pelo Rio, ontem, agora. É um compromisso assumido na candidatura em 2009. Tem um contrato assinado com o Comitê Olímpico Internacional (COI), de entregar a Olimpíada e a Paralímpiada”, disse Paes ao participar da inauguração de uma escola batizada com o nome da medalhista olímpica Rafaela Lopes Silva, na zona norte.

O coordenador da fiscalização eleitoral no Rio, juiz eleitoral Marcello Rubioli, baseado em ação do Ministério Público Estadual e notícias da imprensa, proibiu o repasse da prefeitura.

Na decisão, publicada hoje (17), Rubioli afirma que a lei não permite a órgão público doar bens em ano de eleição. A exceção é para verbas aprovadas na execução orçamentária do ano anterior.

“Depreende-se facilmente que há prática ilegal em trâmite, com reflexo sobre a propaganda eleitoral”, disse o juiz. Segundo ele, não há “nenhuma obrigação do município em socorrer uma entidade privada”, caso do Comitê Organizador.

Essa é a segunda vez que a transferência de dinheiro público a Rio 2016 é barrada pela Justiça. Na semana passada, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) manteve uma liminar proibindo socorro financeiro às competições. O tribunal também determinou a divulgação das receitas e despesas do comitê e estipulou multa de R$ 100 mil por dia em caso de descumprimento da decisão.

A Rio 2016 alertou à Justiça que a decisão de barrar os recursos paralisa suas atividades e compromete as competições. O Comitê Organizador dos Jogos argumenta que os gastos são transparentes e estão na internet, incluindo balanços, contratos e demonstrações financeiras.

Escolas com nome de atletas

O prefeito do Rio pretende batizar com nomes de medalhistas olímpicos e paralímpicos todas as escolas da rede municipal inauguradas em 2016.

A previsão é que sejam abertas 119 unidades. Segundo Paes, a medida ajuda a incentivar os estudantes para as práticas esportivas.

“A Olimpíada tem uma coisa do legado físico, das obras, mas tem uma coisa da inspiração que o esporte gera na nossa juventude, naqueles que, às vezes, se acham sem perspectivas”, disse.

“A história da Rafaela [Silva] é emblemática, nesse aspecto, uma menina que nasce em uma comunidade, que é Cidade de Deus, estuda em escola pública e que vê uma oportunidade na vida, corre atrás e termina medalhista de ouro”, acrescentou o prefeito sobre a judoca medalhista de ouro.

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