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Vou interpelar quem usou meu nome em vão, diz Padilha

Ex-ministro confirmou conhecer Marcus Cézar Moura, mas negou ter indicado seu nome para o Labogen


	Alexandre Padilha: pré-candidato disse ainda que "estão destilando raiva" contra ele e contra o PT
 (Elza Fiuza/ABr)

Alexandre Padilha: pré-candidato disse ainda que "estão destilando raiva" contra ele e contra o PT (Elza Fiuza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2014 às 20h49.

São Paulo - O ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, confirmou conhecer Marcus Cézar Moura, mas negou ter indicado seu nome para o Labogen. Documento da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), sugere que Padilha indicou Marcus Cézar Ferreira de Moura, ex-coordenador de promoção de eventos da pasta em sua gestão, para a empresa Labogen, controlada pelo doleiro Alberto Youssef, quando o laboratório tentava obter contrato milionário da Saúde em 2013.

Segundo Padilha, Moura foi militante do PT, trabalhou em atividades da campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff, em 2010, e ocupou "por 3 ou 4 meses" um cargo "sem papel administrativo" no Ministério da Saúde, em 2011. Padilha disse ainda que vai interpelar "qualquer pessoa que tenha usado" seu nome "em vão", inclusive, "se for o caso", o correligionário André Vargas (PT-PR).

Segundo o relatório da Polícia Federal, em mensagens para o doleiro Youssef, Vargas mencionou Padilha, a quem chama de "PAD". No dia 26 de novembro de 2013, Vargas pede ao doleiro que reserve a melhor suíte de um hotel - Blue Tree - que pertence a Youssef, segundo a PF. O deputado diz que falou com o "PAD". "Ele vai marcar uma agenda comigo", diz Vargas. Seu interlocutor responde: "ótimo". Durante a entrevista, Padilha afirmou que a decisão de renunciar é uma questão de "foro íntimo" de Vargas e do PT.

Ataques

O pré-candidato disse ainda que "estão destilando raiva" contra ele e contra o PT. Padilha disse ainda ter achado "muito estranho" e nunca ter visto antes relatório da Polícia Federal ser distribuído simultaneamente a tantos jornais. Segundo ele, pelo menos quatro consultaram sua assessoria para pedir resposta à acusação de que teria indicado um executivo ao laboratório Labogen.


Padilha não associou diretamente a oposição à disseminação das denúncias envolvendo seu nome, mas disse que cada vez que a Caravana Horizonte Paulista, iniciativa do PT que ele coordena, aponta problemas no Estado, ele e o partido são atacados com injúrias. "Da minha parte continuará havendo respeito", disse, defendendo que a Caravana continuará a debater com a população do Estado os problemas de abastecimento de água, mobilidade e segurança pública, entre outros.

Pedido do DEM

Sobre o pedido do DEM para que ele e Marcus Cézar Moura prestem esclarecimentos na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, Padilha disse que "certamente não é uma iniciativa com interesse de colaborar com a apuração". Questionado se compareceria à comissão, o ex-ministro respondeu que não vai comparecer a "nenhum debate de espetáculo eleitoral". Ele ironizou ainda que o DEM nunca tenha chamado nenhum de seus secretários estaduais em São Paulo a prestar esclarecimentos sobre acusações de corrupção no Metrô de São Paulo.

Polícia Federal

Alexandre Padilha havia classificado de mentirosa qualquer citação de envolvimento seu com o doleiro Alberto Youssef bem como a acusação de que ele haveria indicado Moura para o Labogen. Perguntado, então, se a Polícia Federal seria mentirosa, pois a acusação consta de um relatório da instituição, Padilha saiu em defesa do órgão. "Tenho o maior orgulho da Polícia Federal", disse, ressaltando que o governo Lula deu autonomia à PF e à Controladoria Geral da União. "Exatamente por isso quero acesso ao relatório completo". Padilha constituiu um advogado para solicitar judicialmente acesso ao documento.

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