Moreira Franco - Secretário de Programa de Parceria de Investimentos do governo Temer. (Elza Fiúza/ABr)
Ligia Tuon
Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 20h57.
Última atualização em 2 de dezembro de 2016 às 23h02.
São Paulo - Em sua delação, o presidente da Odebrecht Transport, Paulo Cesena, falou em repasses de dinheiro - em nome do PMDB - a Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, e a Moreira Franco, Secretário de Programa de Parceria de Investimentos (PPI) do governo Temer. Em troca, alguns pleitos da Odebrecht na Secretaria de Aviação Civil seriam atendidos.
A informação é da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Procurado por EXAME.com, o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, disse desconhecer o conteúdo da reportagem e, por isso, não comentou.
Em nota, Moreira afirmou que se Paulo Cesena, em sua delação, "afirmou que repassou dinheiro a meu pedido para o PMDB, está mentindo".
"E, assim, torna letra morta a carta com pedido de perdão da Odebrecht ao povo brasileiro. Jamais falei com ele sobre temas partidários, nem nunca cuidei das finanças do PMDB", concluiu Moreira.
O ministro Eliseu Padilha negou "que tenha pedido ou recebido em seu nome ou em nome do PMDB recursos financeiros de qualquer empresa em troca de pleitos na Secretaria de Aviação Civil". Por meio de nota, Padilha lamenta a improcedente acusação.
O grupo baiano fechou nesta quinta-feira, 1º, um acordo de leniência com procuradores da Lava Jato, o que inclui uma multa no valor de R$ 6,8 bilhões, para poder continuar sendo contratada para fazer obras públicas.
Em carta aberta, a Odebrecht admitiu irregularidades e pagamentos de propina e pediu desculpas ao país.
Também nesta quinta, executivos ligados a empresa foram para Brasília para assinar os acordos de delação premiada.