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Padilha e Moreira gravam vídeos em defesa de Temer

Em resposta às acusações de que o presidente teria dado aval à compra do silêncio de Cunha, os ministros afirmaram que "o país não pode parar"

Michel Temer: os vídeos foram gravadas por volta das 1h30 desta quinta-feira no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Michel Temer: os vídeos foram gravadas por volta das 1h30 desta quinta-feira no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer (Antonio Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de maio de 2017 às 08h12.

Última atualização em 18 de maio de 2017 às 10h04.

Brasília - Os ministros do chamado "núcleo duro" do presidente Michel Temer gravaram vídeos para as redes sociais na madrugada desta quinta-feira, 18, fazendo a defesa do governo e dizendo que o País não pode parar.

A estratégia foi usada para rebater as acusações de que Temer teria dado aval para compra do silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conforme acusou o executivo da JBS, Joesley Batista, em sua delação premiada.

Os vídeos foram gravadas por volta das 1h30 desta quinta-feira no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer. O presidente, que na quarta se manifestou por nota negando a versão do empresário, ainda não gravou, mas, segundo fontes do Planalto, o fará "no momento oportuno".

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, destaca em sua fala que a semana estava sendo positiva para o governo e reconhece que foi abalada com a informação.

"Essa semana a cada dia nós tínhamos uma manchete altamente positiva para o Brasil. Era o PIB que crescia, era o juro que caia, era a inflação que caia, era a geração de empregos", disse, destacando o número do IBGE em que o País gerou em abril 59 mil novos postos de trabalho.

"Pois bem, tudo vinha numa corrente altamente positiva em favor do governo, em favor do Brasil, em favor dos brasileiros. Surge, no entanto, mais uma delação premiada. E essa delação traz fatos que têm que ser sim investigados, tem que ser sim explicados, mas não se tem ninguém condenado antecipadamente", diz o ministro da Casa Civil.

Padilha afirma ainda que é preciso "ver o que efetivamente foi dito" e que o Judiciário que se encarregará das eventuais punições. "O Poder Judiciário se encarrega daquilo da questão das delações. Nos o governo temos que nos encarregar de governar. O Brasil, os brasileiros não querem parar. Não vão parar. O Brasil não vai parar", finaliza no vídeo, para frisar a estratégia de que o governo continuará trabalhando normalmente.

Já o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, que é o responsável pela comunicação do governo, ressalta em seu vídeo que o governo foi ontem "surpreendido" pela delação "de um empresário", diz que é preciso manter "muita serenidade" e também reforça o mote da estratégia de que "o Brasil não pode parar".

"Essa delação precisa ser tratada, vista, investigada. O Poder judiciário deve continuar a cumprir com sua obrigação, nós temos que respeitar todo o procedimento dele. Mas, o Poder Executivo e Legislativo também devem continuar a fazer o que tem ser feito", diz Moreira.

Diante a da pressão de aliados e do reconhecimento de interlocutores do governo de que as reformas em curso serão afetadas pela delação da JBS, Moreira faz um apelo e diz que "o Executivo e o Legislativo têm que tirar o Brasil da maior crise econômica da nossa história".

"O Legislativo votando as reformas e o Executivo fazendo as proposições de mudança na política econômica que permitiram que tivessem uma baixa da inflação, queda juros, voltou a ter emprego formal", diz.

"Por isso é fundamental que nós tenhamos muita serenidade, façamos o esforço de nos manter unidos com um único objetivo: o Brasil não pode parar para nos possamos retomar o crescimento e a geração de emprego e renda", diz Moreira, afirmando que o Brasil quer voltar a ser a nação que dá esperança por "dias melhores" às famílias.

O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, e o líder do governo no Senado, Romero Jucá, também gravaram mensagens defendendo a ideia "de que o Brasil não pode parar".

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