Alexandre Padilha: ministro disse que Cardozo "tomou a iniciativa que se espera de um ministro da Justiça" (Elza Fiúza/ABr)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2013 às 20h01.
São Paulo - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu nesta quinta-feira, 28, o trabalho do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na condução das investigações sobre o cartel em contratos de trem no Estado de São Paulo. Cotado como candidato do PT à disputa no Estado em 2014, Padilha disse que Cardozo "tomou a iniciativa que se espera de um ministro da Justiça" e afirmou que o pior que pode acontecer diante de denúncias graves é "qualquer tentativa de politização".
"Temos que dar tranquilidade, força e apoio às instituições que têm essa responsabilidade de fazer esse processo de apuração, inclusive o próprio ministro da Justiça", afirmou Padilha. "Ao receber a denúncia, tomou a iniciativa que se espera de um ministro da Justiça de acionar a instituição de apuração. Foi exatamente isso que ele fez. Exatamente isso que se espera", completou Padilha. O ministro afirmou ainda que talvez as pessoas tenham visto momentos em que ministro "escondia a apuração, engavetava", mas completou dizendo que "esse tempo passou".
Nos últimos dias, o PSBD tem feito duras críticas à ação de Cardozo e se queixado sobre alterações em um documento usado nas investigações. Ontem, O governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) disse ter ficado estarrecido com mentira e falsidade. O senador tucano e provável candidato do partido à sucessão presidencial, Aécio Neves, chegou a pedir o afastamento de Cardozo.
Ao chegar a evento organizado pelo Experience Club, com empresários em São Paulo, disse que não faria comentários sobre "adversário da presidenta Dilma, do que esses adversários fazem ou da postura que tomam".
O ministro contudo reiterou que as instituições devem fazer o trabalho de apuração até o fim. "O povo de São Paulo merece saber exatamente tudo o que aconteceu", disse Padilha, que emendou afirmando que problemas de mobilidade fazem São Paulo correr o risco de perder competitividade. "Hoje (transporte) é um problema seríssimo para a qualidade de vida da população e para a competitividade econômica."
Para o petista, o Brasil "tem aprendido nós últimos anos" que quando problemas acontecem o melhor a se fazer é levar a apuração até o fim. "Não só como gestor público, mas como paulista, o que eu acho que é fundamental: o povo de São Paulo merece saber exatamente o que aconteceu em relação às obras do metrô."
A saída do ministro da pasta para assumir a campanha ao governo do Estado deve acontecer no mês de janeiro, quando a presidente Dilma Rousseff deve realizar uma reforma ministerial. Segundo Padilha, Dilma deixou claro que mudanças nos ministérios serão feitas ao longo do mês de janeiro. "A presidente é a Dilma, minha chefe é ela", brincou Padilha, ao ser lembrado pelos jornalistas que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já se manifestou pela saída de Padilha em breve do Ministerio para iniciar a campanha.
IPTU
Questionado se o aumento do IPTU na cidade de São Paulo, encampado pelo prefeito Fernando Haddad (PT), prejudicaria a campanha ao governo do Estado no próximo ano, Padilha respondeu apenas que Haddad tem "tudo muita coragem de enfrentar desafios" da cidade e mencionou as faixas exclusivas de ônibus e o bilhete único mensal.
"O prefeito Fernando Haddad assumiu a responsabilidade de governar a cidade de São Paulo, tem que enfrentar os grandes desafios", disse. O ministro se esquivou de responder sua avaliação pessoal sobre o aumento do imposto e como isso causaria impacto para a iniciativa privada. "Estou focado no Ministério da Saúde", disse. "É positivo para a cidade de São Paulo ou não? É essa pergunta que tem que ser feita e que tem que ser respondida", completou.
De acordo com ele, Haddad terá "todo o apoio do PT, como tem" para enfrentar seus problemas.
Médicos
O relacionamento com a classe médica, depois da polêmica na época do lançamento do programa Mais Médicos, segundo Padilha, vai bem. "Não sou daqueles que tenta destruir o interlocutor", diz Padilha. Ele afirma que algumas lideranças da classe tiveram postura "arrogante, xenófoba e fortemente preconceituosa", mas reitera que os profissionais tem reconhecido a importância do programa.