Brasil

Pacheco vai pedir lista de parlamentares monitorados pela Abin

Presidente do Congresso quer saber quem foram os senadores e deputados espionados por suposta 'agência paralela'

Pacheco: “Encaminharei ao Supremo Tribunal Federal ofício solicitando os possíveis nomes de parlamentares clandestinamente monitorados pela Abin (Jefferson Rudy/Agência Senado/Flickr)

Pacheco: “Encaminharei ao Supremo Tribunal Federal ofício solicitando os possíveis nomes de parlamentares clandestinamente monitorados pela Abin (Jefferson Rudy/Agência Senado/Flickr)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 29 de janeiro de 2024 às 10h27.

Última atualização em 29 de janeiro de 2024 às 10h27.

O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a lista com os nomes de senadores e deputados que teriam sido espionados pela suposta "agência paralela” dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

“Encaminharei ao Supremo Tribunal Federal ofício solicitando os possíveis nomes de parlamentares clandestinamente monitorados pela Agência Brasileira de Inteligência, dada a gravidade que um fato dessa natureza representa”, disse Pacheco em nota.

O senador Omar Aziz (PSD-AM) disse ter conversado por duas vezes nesta manhã com Pacheco, sobre providências que poderiam ser tomadas pelo Congresso e que Pacheco disse que iria pedir essa lista.

Na manhã desta segunda-feira, 29, a Polícia Federal (PF) cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro. Os agentes deixaram a Câmara do Rio pela porta lateral e levaram computadores do gabinete do parlamentar carioca. No Vivendas da Barra, condomínio de luxo onde o filho 02 do ex-presidente Jair Bolsonaro mora, a saída das viaturas foi observada por curiosos.

Na quinta-feira passada, a Polícia Federal realizou uma operação para apurar suspeitas de espionagem ilegal na Abin. O alvo foi o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), delegado da Polícia Federal e homem de confiança do clã Bolsonaro que dirigiu a Agência Brasileira de Inteligência durante boa parte do governo Bolsonaro.

Ramagem foi escolhido para assumir a Abin após ter coordenado a segurança de Jair Bolsonaro durante as eleições presidenciais em 2018. O delegado federal se aproximou de Carlos Bolsonaro, que o apoiou durante a campanha para deputado federal em 2022.

Reportagem do GLOBO, publicada de março do ano passado, mostrou que a Abin utilizou um programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de pessoas pré-determinados por meio dos aparelhos celulares durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Após a reportagem, publicada em março, a PF abriu um inquérito e identificou que a ferramenta foi utilizada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo.

Oposição no Congresso

A oposição no Congresso, por sua vez, afirma haver perseguição política aos seus representantes e tem buscado os presidentes da Casa, Arthur Lira (Câmara) e Rodrigo Pacheco (Senado) para ter uma resposta institucional “em defesa do parlamento”.

Antes da operação policial desta segunda-feira, um grupo de deputados federais e estaduais do PL esteve reunido com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em Angra dos Reis ,para o lançamento da pré-candidatura do empresário Renato Araújo, que vai concorrer à prefeitura da cidade fluminense. No encontro, parlamentares aproveitaram para traçar algumas possíveis reações no curto prazo.

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirma que a operação de hoje que teve como alvo Carlos Bolsonaro, não muda em nada a estratégia da oposição.

—Todos os parlamentares da oposição estão atentos e preparados para a perseguição—afirmou Sóstentes.

Acompanhe tudo sobre:Rodrigo PachecoPolícia FederalJustiçaPrisõesTelefoniaFraudes

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022