Rodrigo Pacheco: questionado, ele se esquivou de responsabilizar Bolsonaro pelos atos antidemocráticos (Jefferson Rudy/Agência Senado/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de janeiro de 2023 às 11h50.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta sexta-feira, 13, que a minuta do decreto para mudar o resultado das eleições 2022, apreendida pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, "é a materialização daquilo que apontávamos como risco à democracia". Ele também admitiu que houve "risco de rompimento da ordem democrática do Brasil".
As declarações foram feitas em entrevista ao Jornal da CBN. Além de ex-ministro da Justiça, Torres é ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e foi exonerado pelo então governador Ibaneis Rocha (MDB-DF), também afastado do cargo após os atos golpistas de domingo, 8.
Torres teve ordem de prisão expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O ex-secretário está de férias nos Estados Unidos e afirmou que voltará ao Brasil para se entregar à Justiça.
Questionado, Pacheco se esquivou de responsabilizar Jair Bolsonaro pelos atos antidemocráticos do último domingo e afirmou que conversou com Ibaneis na véspera dos acontecimentos. "O governador Ibaneis foi induzido ao erro, não acredito em cegueira deliberada da parte dele", afirmou o senador.
Pacheco voltou, na entrevista à rádio, a defender que, caso seja reeleito para a presidência do Senado, priorizará a pauta econômica. O parlamentar citou o estabelecimento de um novo marco fiscal, a reforma tributária e as agendas de desburocratização como principais objetivos de uma eventual nova gestão.