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Ozempic falsificado? OMS alerta sobre venda de versões falsas do medicamento no Brasil

As unidades que circulam no país são do lote LP6F832 e não são originais

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 20 de junho de 2024 às 16h04.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta nesta quinta-feira, 20, sobre a descoberta de versões falsificadas do Ozempic, um medicamento usado para tratar o diabetes tipo 2 e para perda de peso. O alerta é especialmente direcionado a três lotes identificados no Brasil e no Reino Unido, em outubro de 2023.

De acordo com a OMS, o Sistema de Vigilância e Monitoramento Global do órgão tem observado aumento nos relatos de falsificação em todas as regiões do planeta desde 2022. As unidades que circulavam no Brasil pertencem ao lote LP6F832, com validade de novembro de 2025, que não foi reconhecido pela farmacêutica do Ozempic, a Novo Nordisk.

Esse é o primeiro alerta oficial após a confirmação dos relatos de falsificação do medicamento.

"A OMS aconselha os profissionais de saúde, as autoridades reguladoras e o público a ficarem atentos a esses lotes falsificados de medicamentos. Pedimos às partes interessadas que interrompam qualquer uso de medicamentos suspeitos e informem às autoridades competentes", diz Yukiko Nakatani, diretora geral assistente da OMS para Medicamentos Essenciais e Produtos de Saúde, em nota.

A autoridade alerta que as versões falsificadas do medicamento trazem diversos riscos à saúde, como o surgimento de complicações, causadas pelo descontrole dos níveis de glicose no sangue. Além disso, há casos em que esses produtos contêm ingredientes não declarados, como insulina, o que aumenta ainda mais o perigo para os pacientes. A organização também registrou graves episódios de hipoglicemia e convulsões, o que aumentou a suspeita sobre a presença de insulina nos fármacos.

Como se proteger?

As unidades do lote LP6F832 vendidas no Brasil são falsificadas. A OMS recomenda aos pacientes que estão usando medicamentos falsificados tomar algumas medidas de proteção como comprar esses produtos com prescrições de médicos licenciados e evitar comprar remédio de fontes desconhecidas ou não verificadas.

Em um comunicado, a organização também aconselha a verificar a embalagem e a data de validade. Todas as notificações sobre medicamentos falsificados podem ser enviadas à OMS por meio do site rapidalert@who.int.

De acordo com a plataforma de consultas de produtos irregulares da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), há ainda outras falsificações detectadas no país.

Em janeiro, a agência emitiu um alerta de que as unidades do lote MP5A064 que apresentem em sua embalagem secundária a concentração de 1,34 mg/mL em idioma espanhol são falsificações.

No mesmo período, a agência proibiu a venda de todos os lotes de Ozempic e de outros medicamentos comercializados no site Manual após constatar que, na realidade, são itens "fabricados por empresa desconhecida" e sem registro sanitário.

No ano passado, a Anvisa também alertou que unidades do lote MP5C960 que apresentem em sua embalagem secundária a concentração de 1 mg em idioma espanhol são falsificadas, assim como todos os itens pertencentes ao lote LP6F832.

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