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Otimista, Doria já faz planos para a Fórmula 1 em SP nos próximos 20 anos

Antes de começar a colocar projetos em prática, São Paulo precisa vencer uma queda de braço com o Rio de Janeiro

Contrato atual entre a categoria e São Paulo se encerra em 2020; Doria quer estender até 2020 (Adriano Machado/Reuters)

Contrato atual entre a categoria e São Paulo se encerra em 2020; Doria quer estender até 2020 (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de junho de 2019 às 08h36.

Última atualização em 26 de junho de 2019 às 09h24.

São Paulo — Em uma disputa com o Rio de Janeiro para manter o GP do Brasil de Fórmula 1 em São Paulo, o governador João Doria está tão confiante na permanência da categoria na capital paulista que já faz planos a longo prazo. Seu objetivo é manter a tradicional corrida no Autódromo de Interlagos pelos próximos 20 anos.

"A ideia, a priori, é planejar 20 anos, como um objetivo, de 2021 para os próximos 20 anos", revelou Doria, na terça-feira, após reunião com o prefeito Bruno Covas e o diretor executivo da F-1, o norte-americano Chase Carey. O contrato atual entre a categoria e São Paulo se encerra em 2020.

O plano de 20 anos, portanto, teria início em 2021. Sem revelar detalhes, Doria avisou que as primeiras reuniões serão realizadas nas próximas semanas. "Do ponto de vista de São Paulo, já montamos um grupo de trabalho, com o governo estadual e com a Prefeitura de São Paulo. Nas próximas semanas, eles vão estar reunidos com os representantes da Fórmula 1 em São Paulo."

Os encontros serão encabeçados pelo atual promotor do GP do Brasil, Tamas Rohonyi, que também já realizou os GPs da Hungria e de Portugal. "Com estas reuniões, vamos trabalhar com o tempo necessário, com a serenidade que exige uma decisão desta ordem. Que seja uma decisão madura, definitiva e sobretudo empresarial", projetou Doria, já prevendo, confiante, a eventual renovação do contrato de São Paulo com a F-1.

A meta do grupo é se alinhar com as novas diretrizes da F-1, que vem aos poucos sofrendo mudanças desde a compra da categoria pelo grupo norte-americano Liberty Media. Desde que assumiu a categoria, em 2017, o grupo vem tentando tornar o campeonato mais popular, agregando eventos culturais e de entretenimento às corridas e treinos.

"Fiquei muito feliz com apresentação feita pelo senhor Chase Carey, de que, além do GP de Fórmula 1, com corrida e treinos, agora sob a nova gestão, quer tornar o GP uma experiência", declarou Doria, após a reunião com o dirigente. Carey pretende tornar a F-1 semelhante ao Super Bowl, a final do futebol norte-americano, que agrega shows e espetáculos e mobiliza a cidade-sede do evento.

"Isso é muito interessante porque aumenta a percepção em torno da Fórmula 1. Aumenta o interesse do público em torno do GP. Aumenta também o efeito residual da F-1 no local onde se realiza e até mesmo fora. O GP pode ser realizado em São Paulo e ter 'fan fests' fora da cidade. E, por último, a ideia de plataforma é contagiante porque traz um legado maior, inclusive no plano da educação e sensibilização dos jovens para a F-1", disse Doria.

Para tanto, São Paulo precisa vencer uma queda de braço com o Rio de Janeiro. No início de maio, o presidente Jair Bolsonaro assinou um termo de compromisso para trazer de volta ao Rio a categoria, a partir de 2021. Com este forte apoio, a cidade espera erguer um novo autódromo em Deodoro para voltar ao mapa da F-1. O futuro circuito, cujo projeto já foi apresentado a Carey, terá um custo estimado de R$ 700 milhões, com promessas de investimento apenas privado.

Nas últimas semanas, o chefão da F-1 se reuniu com dirigentes e autoridades das duas cidades. Mas anunciou que ainda não chegou a uma decisão e avisou que não estabeleceu um prazo para definir se o País permanecerá no calendário depois de 2020 e onde seria disputada a etapa brasileira.

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