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Os pontos turísticos mais visitados do Rio - e algumas (gratas) surpresas

A lista já começa a quebrar expectativas com o segundo lugar, o Parque do Flamengo, que esteve no roteiro de 4 milhões de viajantes no ano passado

Vista aéra do Arpoador, entre Ipanema e Copacabana, no Rio de Janeiro (Getty Images/Getty Images)

Vista aéra do Arpoador, entre Ipanema e Copacabana, no Rio de Janeiro (Getty Images/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 30 de março de 2024 às 10h46.

Última atualização em 30 de março de 2024 às 10h57.

A Princesinha do Mar continua imbatível como destino turístico preferido na Cidade Maravilhosa. Em 2023, a Praia de Copacabana e a orla do Leme receberam 6,9 milhões de turistas nacionais e estrangeiros, segundo um anuário que a prefeitura do Rio lança nos próximos dias com dados inéditos sobre a quantidade de visitantes em 20 dos principais atrativos cariocas. Mas se o estudo confirma que uma das praias mais famosas do mundo mantém seu reinado, ele revela também surpresas, com a Catedral Metropolitana, as favelas da Rocinha e do Vidigal e a região da Pequena África — com o burburinho da Pedra do Sal e do Largo de São Francisco da Prainha — à frente de pontos tradicionais, como Pão de Açúcar e Cristo Redentor, no ranking dos locais mais frequentados.

A lista já começa a quebrar expectativas com o segundo lugar, o Parque do Flamengo, que esteve no roteiro de 4 milhões de viajantes no ano passado.

Para se chegar aos números, o levantamento encomendado pela Secretaria municipal de Turismo se baseou na geolocalização de telefones celulares. O resultado computou todos que “turistaram” nos atrativos pesquisados carregando aparelhos com DDI e DDD de fora da Região Metropolitana fluminense.

Imagem da Pedra do Sal, na região da Pequena África, no Rio de Janeiro, que desponta como uma das principais atrações turísticas- Crédito: Riotur/Divulgação (RioTur/Divulgação)

— A proposta é gerar informações que orientem o poder público e ajudem o setor privado na decisão de onde investir em serviços para turistas. Os meios tradicionais de contagem (ocupação hoteleira e movimento de aeroportos e rodoviária) não identificam de imediato quem opta por ficar na casa de parentes ou imóveis alugados por aplicativos de hospedagem — explica a secretária municipal de Turismo, Daniela Maia.

PosiçãoLocalidadeTotal de Turistas
1Praia de Copacabana e a orla do Leme6,9 milhões
2Parque do Flamengo4 milhões
3Praia de Ipanema/Leblon/Arpoador2,8 milhões
4Praia da Barra1,8 milhão
5Lagoa Rodrigo de Freitas1,6 milhão
6Praias do Recreio/Macumba/Pontal1,5 milhão
7Lapa (bairro)1,4 milhão
8Vidigal965 mil
9Maracanã939 mil
10Rocinha544 mil
11Catedral Metropolitana541 mil
12Pequena África526 mil
13Centro de Tradições Nordestinas414 mil
14Pão de Açúcar378 mil
15Boulevard Olímpico304 mil
16Cristo Redentor273 mil
17Jardim Botânico210 mil
18Escadaria Selarón189 mil
19CCBB/Correios166 mil
20Parque Nacional da Tijuca (sede)77 mil

Ela ressalta que o novo modelo auxilia ainda na identificação de turistas com perfis socioeconômicos diferentes, que às vezes não podem arcar com ingressos como o do Bondinho do Pão de Açúcar (o valor inteiro do passe expresso chega a R$ 285). Mas curtem passeios gratuitos ou mais baratos e voltam para casa com lembranças inesquecíveis e o feed do Instagram atualizado, por exemplo, com fotos no Parque do Flamengo — algumas com o Pão de Açúcar ao fundo, claro!

— A partir dessa base de dados, interessados poderão solicitar à secretaria estudos específicos, como a origem dos visitantes e os horários mais movimentados — ressalta Daniela.

Destinos alternativos

O estudo traz também um segundo cálculo, o do total de visitantes nas atrações; nesse caso, incluindo os que tinham DDD 021, da Região Metropolitana. Por esse critério, o Cristo Redentor se confirma como o queridinho de cariocas e moradores de cidades vizinhas — teve público de cerca de 1,3 milhão de pessoas em 2023, sendo 20,4% (aproximadamente 273,2 mil) turistas de fora do Grande Rio. A Catedral Metropolitana foi além: recebeu 3,2 milhões de visitas, das quais 541,7 mil feitas por turistas.

Administrador do local, o cônego Cláudio dos Santos conta que, diante do aumento da frequência de turistas, o templo passou por adaptações. Em outubro, abriu um centro de recepção de visitantes, com estacionamento para vans e ônibus turísticos. E o portão de entrada foi alargado devido ao fluxo de até cem veículos nos dias mais cheios.

— Um dos pontos que chama a atenção dos turistas é a arquitetura da catedral — dizia, na quarta-feira passada, o guia brasileiro Ji Young, que levava um grupo de 25 orientais para conhecer o lugar.

No mesmo dia, o estudante colombiano Daniel Lopes, morador de Medellín, havia incluído a arquidiocese no roteiro:

— Turismo para latinos costuma ser caro. Depois de ir ao Cristo pelo trenzinho (R$ 97,50 ida e volta), estudei atrações gratuitas como a catedral.

Nesse rol de surpresas da pesquisa, só o Vidigal somou 965,7 mil turistas em 2023, superando até o estádio do Maracanã (939,7 mil), num ano em que a cidade experimentou uma “invasão” de hermanos para a final da Copa Libertadores da América entre Fluminense e Boca Juniors. Na comunidade que tem atrações como o Mirante do Arvrão, guias locais cobram, em média, R$ 130 por pessoa.

— Essa (contagem) é uma surpresa agradável — diz Gilda Brandão, do Bar da Laje, localizado no Mirante. — A realidade é que 90% dos frequentadores do bar são turistas.

Metodologia aplicada

Esta não é a primeira vez que a prefeitura adota o monitoramento por celular. A estreia foi em 2020, na pandemia da Covid-19. Nos primeiros meses de isolamento social, a tecnologia foi usada para detectar e reprimir casos de aglomerações nas ruas. Desta vez, a metodologia para contabilizar os turistas segue algumas premissas.

Após excluir os números de telefone da Região Metropolitana, o sistema retira da contagem os celulares que passaram pela mesma antena por 14 dias ou mais, para eliminar eventuais moradores ou pessoas que trabalham no local e que não usam aparelhos do prefixo 021. Por fim, o turista tem que permanecer no mínimo cinco minutos em cada local, tempo para ao menos tirar uma selfie.

O número de visitas, porém, pode ser diferente dos registrados em bilheterias por algumas particularidades. Um exemplo é o Pão de Açúcar, no qual a estatística inclui visitantes que sobem o monumento natural pela trilha com acesso pela pista Cláudio Coutinho.

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