Aécio Neves e Michel Temer (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2017 às 07h23.
Última atualização em 17 de outubro de 2017 às 07h39.
O presidente Michel Temer começou a semana enviando aos parlamentares uma carta dizendo-se vítima de uma conspiração.
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Menos de 24 horas depois, os parlamentares começam a debater na comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) que recomenda a rejeição da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer, e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).
A previsão é que o período de discussão dure ao menos 40 horas e que a votação ocorra somente na quinta-feira. Cada integrante da CCJ terá 15 minutos para falar – são 66 titulares e 66 suplentes.
Outros 20 deputados favoráveis e 20 contrários ao prosseguimento que não sejam membros da comissão poderão discursar por 10 minutos cada. Ao final, cada advogado terá 20 minutos para se pronunciar.
O governo tenta adiantar a votação para tirar a denúncia logo da pauta do Congresso. Por isso, aliados estudam pedir que deputados favoráveis a Temer se abstenham de discursar.
Isso poderia reduzir para cerca de 30 horas o tempo de debate, adiantar para quarta-feira a votação e poupar os ouvidos dos brasileiros de mais demonstrações de fisiologismo extremo.
Enquanto Temer deve ter vida tranquila na Câmara, no Senado o destino de Aécio Neves (PSDB-MG) é mais incerto. O senador precisa dos votos de 41 dos 81 colegas para se manter no cargo.
Mas pelo menos 11 senadores já afirmaram que não estarão no plenário hoje, por motivos que variam de viagem à Rússia a tombo de mula.
A grande dúvida é se a votação será aberta, como foi quando o Senado cassou Delcídio do Amaral, ou fechada, o que favoreceria o compadrio na casa. Com tantas incertezas, cresce a possibilidade de adiação da votação. Enquanto Temer tem pressa, Aécio e seus aliados fazem de tudo para evitar um desastre nesta terça-feira.