DEBATE PRESIDENCIAL: Declarações controversas de Bolsonaro foram citadas indiretamente por vários candidatos
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2018 às 06h57.
Última atualização em 5 de outubro de 2018 às 07h07.
O debate da Globo
O debate presidencial da TV Globo, o último antes do primeiro turno das eleições 2018, foi marcado pela ausência do líder nas pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL). Sua ausência foi comentada: Marina Silva (Rede) disse que ele “amarelou”. Já Henrique Meirelles (MDB) alertou para o risco de “salvadores da pátria” e disse que quem não se submete ao contraditório “não tem condições de administrar o país”. Declarações controversas de Bolsonaro foram citadas indiretamente por vários candidatos, e Guilherme Boulos (PSOL) foi aplaudido ao fazer uma crítica da tortura e da ditadura militar. Fernando Haddad (PT), em segundo lugar nas pesquisas, também entrou no foco. Ele foi convocado por Marina a fazer uma autocrítica, foi ligado à crise econômica por Geraldo Alckmin (PSDB) e teve sua relação com o ex-presidente Lula questionada por Álvaro Dias (Podemos).
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Datafolha em SP…
Uma nova pesquisa Datafolha, divulgada pouco antes das 19h desta quinta-feira, mostra a corrida eleitoral nos estados. Em São Paulo, o levantamento feito entre quarta e quinta mostra um segundo turno entre João Doria (PSDB), com 32% dos votos válidos, e Paulo Skaf (MDB), com 27% dos votos válidos. Márcio França (PSB), aparece em terceiro lugar, com 19% das intenções de voto. Levando em conta os eleitores que pretendem votar branco, nulo ou que estão indecisos, Doria tem 26% das intenções de voto, contra 22% de Skaf, num cenário muito similar ao de outros levantamentos. França é quem mais cresceu — em duas semanas passou de 11% para 16%. No segundo turno, Skaf leva vantagem sobre Doria: 44% a 36%.
… no Rio…
No Rio de Janeiro, segundo o Datafolha, o segundo turno deve ser entre o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), com 29% das intenções de votos válidos, e Romário (Podemos), com 19%. Atrás dos dois líderes vem um pelotão: Índio da Costa (PSD), tem 12% dos votos válidos, seguido de Wilson Witzel (PSC) e Tarcídio Motta (PSOL), ambos com 11%; depois, Pedro Fernandes (PDT), com 7%, Márcia Tiburi (PT), com 6% e Marcelo Trindade (Novo), com 2%. A simulação de segundo turno mostra Paes na frente de Romário, com 44% a 31%.
… em Minas e Pernambuco
A corrida em Minas também deve ter segundo turno, segundo o Datafolha divulgado ontem. Antonio Anastasia tem 41% dos votos válidos, contra 27% de Fernando Pimentel (PT), e 20% de Romeu Zema (Novo). No segundo turno, Anastasia venceria Pimentel por 48% a 30%. Em Pernambuco, as eleições podem terminar no primeiro turno. O governador Paulo Câmara (PSB), tem 52% dos votos válidos, contra 35% do senador Armando Monteiro (PTB).
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Lula na mira
O Ministério Público Federal (MPF) apresentou, na tarde desta quinta-feira (4), as alegações finais da ação penal envolvendo o Instituto Lula e um apartamento em São Bernardo do Campo. A três dias da eleição, os procuradores da Operação Lava Jato pedem a condenação do ex-presidente Lula, seu advogado Roberto Teixeira, o ex-ministro Antonio Palocci, Marcelo Odebrecht e outras quatro pessoas envolvidas, conforme noticiou a Folha de S.Paulo. O MPF pediu também que seja decretado o perdimento do apartamento 121, vizinho ao dúplex onde Lula mora em São Bernardo, além do pagamento de 75 milhões de reais — valor que equivaleria ao total da porcentagem da propina paga pelo Grupo Odebrecht, segundo as investigações.
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Moro na mira
Segundo coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pediu que o juiz federal Sergio Moro preste esclarecimentos sobre a decisão de levantar, a menos de uma semana do primeiro turno, o sigilo da colaboração de Antonio Palocci com a Polícia Federal. A decisão, do ministro do Supremo Tribunal de Justiça Humberto Martins, corregedor nacional de Justiça, dá 15 dias para que o juiz dê esclarecimentos. O CNJ acatou uma reclamação disciplinar dos deputados petistas Paulo Pimenta, Paulo Teixeira e Wadih Damous, que afirmaram que a iniciativa do magistrado configura uma “escancarada tentativa de tumultuar o processo eleitoral, por quem tem (ou deveria ter) o dever constitucional de preservá-la”. Segundo os deputados, a delação de Palocci não deveria ter seu sigilo levantado “nesse momento de elevada temperatura política, senão com o deliberado propósito de interferir ilicitamente na disputa que se aproxima e onde o Partido dos Trabalhadores, democraticamente, desponta como um dos preferidos da sociedade brasileira”.
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Crise hermana
O Brasil deve amargar uma redução de 8,6% nas exportações de veículos neste ano por conta da crise na Argentina, estimou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), nesta quinta-feira (4). A previsão é que o Brasil exporte este ano 700.000 veículos, ante estimativa no início do ano de embarques de mais de 800.000 unidades. “Várias de nossas empresas estão ajustando suas produções para a nova realidade das exportações, que é muito menor do que estávamos esperando no começo do ano”, disse o presidente da Anfavea, Antonio Megale. “A Argentina representa 70% de nossas exportações e no mês passado a Argentina foi responsável por 50%. O executivo afirmou ainda que, além da Argentina, o México reduziu muito as importações do Brasil. “Estamos com queda acumulada neste ano de 50% ante o mesmo período do ano passado.”
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Democracia sem imprensa?
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que “não pode haver uma democracia com imprensa”. Segundo ele, os jornais não refletem o que o povo pensa. “Se há um povo, há democracia, se não há povo, não há democracia. Com os veículos de imprensa e essas coisas, não pode haver democracia. Se um político tem medo do que vai sair na imprensa, não pode fazer uma política sólida”, afirmou o líder turco, na quarta-feira. A imprensa turca tem sido alvo de ataques do governo. Segundo o sindicato de jornalistas do país, ao menos 143 repórteres estão presos, e mais de 50 ainda esperam julgamento. “É algo colossal. Vi que os países que acreditávamos ser fortes não são governados pelos seus dirigentes, mas pelos veículos de imprensa. Quando me reúno com eles, me dizem: ‘A imprensa diz isso, diz aquilo’. ” Nós falamos do povo, do que damos ao povo, do que o povo diz, é isso o que importa. A democracia toma sua força do povo”, declarou o governante.
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Chips maliciosos?
A companhia de tecnologia Apple e a varejista Amazon negaram uma reportagem da agência de notícias Bloomberg de que seus sistemas continham chips de computador maliciosos inseridos pela inteligência chinesa. A Bloomberg Businessweek citou, em matéria publicada nesta quinta-feira (4) 17 fontes de inteligência e de empresas dizendo que espiões chineses haviam colocado chips de computador dentro de equipamentos usados por cerca de 30 empresas, assim como por múltiplas agências de governo dos Estados Unidos, o que daria a Pequim acesso a redes internas. Segundo a reportagem, os chips maliciosos foram plantados por uma unidade do Exército de Libertação do Povo Chinês, que se infiltrou na cadeia de abastecimento de uma empresa de hardware chamada Supermicro. O alerta veio após especialistas em duas proeminentes empresas dos Estados Unidos advertirem esta semana que a atividade de ataques cibernéticos chinesa subiu em meio à escalada da guerra comercial entre os países. A Amazon afirmou não ter encontrado evidência para amparar queixas sobre chips maliciosos ou modificações de hardware. A Apple disse que refutava “virtualmente cada aspecto” da matéria publicada, e ainda afirmou que “nunca encontrou chips maliciosos, ‘manipulações de hardware’ ou vulnerabilidades propositalmente plantadas em qualquer servidor”, disse a empresa.
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Relatório contra Kavanaugh
O governo dos Estados Unidos recebeu, nesta quinta-feira (04), o relatório do FBI sobre as acusações de assédio sexual feitas contra o juiz Brett Kavanaugh, indicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Suprema Corte. O relatório foi enviado para o Senado analisar, e a votação definitiva pode ocorrer amanhã, ou no fim de semana. O juiz foi acusado por três mulheres de agressão e assédio sexual. Uma delas, a professora universitária Christine Blasey Ford, prestou depoimento ao Comitê Judicial do Senado na semana passada. Kavanaugh também testemunhou, negou com veemência as denúncias e rejeitou que tivesse um problema com álcool na época. O FBI abriu a investigação sobre o caso a pedido do senador republicano Jeff Flake, do Arizona. Ele afirmou que não se comprometeria a votar pela confirmação do juiz antes que uma investigação apure as acusações de abuso sexual contra ele. Porém, segundo os advogados de Blasey Ford, a polícia federal não interrogou as testemunhas e seguiu as pistas que poderiam respaldar suas acusações de abuso sexual. Os advogados Michael Bromwich e Debra Katz também questionaram uma aparente decisão do FBI de não interrogar Kavanaugh.