Mascotes das Olimpíadas de 2016 (Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2015 às 22h05.
Rio de Janeiro - Em tempos de ajuste fiscal, os organizadores das cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, prometeram nesta terça-feira cerimônias sem esbanjar recursos e luxo, mas com muita criatividade e até clichês.
“Não faz sentido torrar dinheiro num país que não tem nem saneamento. Vamos apostar em bom conceito, no bom gosto sem esbanjar”, disse o cineasta Fernando Meirelles, que faz parte da equipe de idealizadores dos eventos, junto com os diretores Andrucha Wadington e Daniela Thomaz, da carnavalesca Rosa Magalhães e do produtor de eventos Abel Gomes.
“Num momento de baixa estima dos brasileiros, vamos fazer uma festa para mostrar o que o Brasil tem de bom e as boas qualidades do brasileiro, que em momentos difíceis não são percebidas”, acrescentou Daniela Thomaz.
Os detalhes das cerimônias no estádio do Maracanã e o orçamento não foram revelados, mas algumas pistas foram dadas.
“Não tem como você fazer um evento desse porte no Brasil e não falar de samba e Amazônia, por exemplo, em algum momento”, disse à Reuters Abel Gomes. Segundo Daniela, é "impossível não ter clichês nas cerimônias. Acho que falar de Brasil é falar de irreverência, alegria, bom humor. O clichê é a maneira que você usa para comunicas as coisas e atingir as pessoas. É o mundo que está nos assistindo”.
Os organizadores revelaram, no entanto, que não pretendem repetir o que ocorreu nas cerimônias da Copa do Mundo de 2014. “Ali foi o exemplo do que não fazer. Não haverá com certeza perna de pau e índio de colã”, acrescentou a diretora de teatro.
Entre os grandes desafios apontados por eles estão o orçamento apertado e as limitações físicas do Maracanã. Apesar de o custo das festas não ter sido revelado, o diretor de cerimônias do Comitê Rio 2016, Leonardo Caetano, disse que "será bem menos do que se gastou em Londres (2012) e em Pequim (2008)”.
Além da restrição financeira, o estádio do Maracanã impõe aos diretores artísticos limitações de espaço. Inicialmente, chegou-se a cogitar a possibilidade de serem feitas obras no local para atender às demandas, mas por questões orçamentárias a ideia não evoluiu.
O pequeno número de acessos ao gramado, o tamanho das portas e portões e até o nível das cadeiras das arquibancadas tornam as cerimônias de abertura e encerramento uma tarefa olímpica.
“As condições do Maracanã são difíceis, poucas portas e você não consegue entrar ou sair com muita gente em um número…. Não pode elevar piso porque vai ter jogo. Isso obriga buscar soluções”, declarou Meirelles.
Os diretores artísticos contrataram especialistas em eventos desse tipo para viabilizar a movimentação de 12 mil atletas das delegações, cenários e equipamentos nas duas cerimônias. O comitê Rio 2016 já abriu inscrições para voluntários que queiram participar das cerimônias.