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Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2012 às 14h31.
Brasília - O líder opositor venezuelano Leopoldo López, que deverá concorrer com Hugo Chávez nas presidenciais de 2012, buscou no Brasil a "solidariedade" dos três ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Fernando Collor de Mello, com os quais se reuniu.
O presidente do Senado, José Sarney, "está muito atento e sabe o que está acontecendo na Venezuela", disse López depois de ser recebido pelo ex-presidente nesta quinta-feira.
O líder do partido Voluntad Popular (centro-direita) e ex-prefeito do rico município de Chacao em Caracas, de 40 anos, foi recebido por Collor na quarta-feira e por FHC na terça-feira, para os quais pediu "a compreensão do que está acontecendo na Venezuela, solidariedade com nossa luta pela democracia e os direitos", explicou López à AFP.
Os três ex-presidentes são críticos do governo de Chávez, apesar de FHC ter sido seu aliado quando era presidente.
Apesar de integrar a coalizão do governo brasileiro, que é um aliado da Venezuela, Collor e Sarney opuseram-se à entrada desse país no Mercosul, alertando sobre medidas "contra os princípios democráticos".
López, que não se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, grande aliado de Chávez, elogiou o compromisso da atual presidente, Dilma Rousseff, com a defesa dos direitos humanos.
López começou sua viagem pelo Paraguai, e em outra viagem da qual não deu datas pretende ir a Argentina, Uruguai e Colômbia, explicaram seus assessores à AFP.
"Assim como a Venezuela foi muito solidária na promoção da democracia e do respeito aos direitos humanos quando Brasil, Argentina e Chile lutavam pela democracia, hoje nós buscamos solidariedade e a compreensão" da região, disse.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos avaliou em setembro o direito de López de se inscrever como candidato, declarando inválida sua inabilitação de 2005.
López espera que as primárias de fevereiro o tornem candidato da plataforma opositora Unidad para ganhar as eleições contra Chávez em 2012.
Chávez, que chegou ao poder há 12 anos e que em junho foi diagnosticado com câncer, continua tendo popularidade de cerca de 50% entre os venezuelanos.