A oposição defendeu nesta terça-feira a saída do ministro da Educação, Fernando Haddad, do cargo depois dos problemas apontados nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). 

O deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC) avalia que as falhas da avaliação são recorrentes e que a situação do ministro chegou ao limite. “Essa questão do Enem é repetente por incompetência do governo e ele (Fernando Haddad) tem que aproveitar e pedir para sair ou ser demitido. Se o presidente Lula tivesse pulso, demitia. Não tenho nada contra a pessoa do Fernando Haddad, mas eu quero um ministro competente”.

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, João Almeida (BA), engrossou o coro dos insatisfeitos: “Um ministro que comete uma gafe dessa seguidamente, que repete um erro desse porte se desqualifica para ficar na posição. Não é possível um ministro que põe um vexame desse para o país inteiro duas vezes seguidas”.

Representação

Almeida e o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB-PR) protocolaram nesta terça-feira uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando a investigação dos fatos e a responsabilização dos culpados. “Todas essas responsabilidades deverão ser apuradas, com os devidos ressarcimentos aos cofres públicos”, diz o texto.

O tucano Otavio Leite (RJ) também avalia que o governo precisa esclarecer os custos da operação: “Quem gasta 140 milhões de reais na aplicação do Exame Nacional não tem o direito de errar”.

O deputado pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que realize uma auditoria especial no Ministério da Educação (MEC), no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), nos contratos realizados pelo governo com a gráfica que imprimiu a prova e nos procedimentos de controle dos gastos públicos utilizados para realização do exame.