Lula: o ex-presidente conversou com Dilma nesta segunda-feira a respeito da possibilidade de assumir uma pasta em seu governo (Adriano Machado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2016 às 20h32.
Brasília - A oposição já prepara uma ação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva caso ele realmente aceite um ministério no governo da presidente Dilma Rousseff.
A junta jurídica do DEM redigiu uma ação popular por desvio de finalidade para garantir uma liminar que suspenda a nomeação do petista tão logo isso aconteça.
O partido ingressará com a ação na Justiça Federal. "Achamos que é um escárnio a nomeação do ex-presidente Lula apenas com a finalidade de blindá-lo", afirmou à reportagem o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM).
O ex-presidente conversou com Dilma nesta segunda-feira, 14, a respeito da possibilidade de assumir uma pasta em seu governo. Eles ficaram de voltar a se falar entre terça e quarta-feira.
Lula passou a considerar a hipótese depois que a juíza Maria Priscilla Ernandes, da 4ª Vara Criminal de São Paulo, decidiu, nesta segunda-feira, transferir para o juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na primeira instância, a decisão sobre o pedido de prisão preventiva contra ele.
O pedido foi apresentado na semana passada pelo Ministério Público de São Paulo no caso do tríplex no Guarujá. Lula também levou em consideração as manifestações ocorridas domingo, 13, em todo o País.
Aceitando um ministério, Lula ganha a prerrogativa de foro privilegiado. Na prática, isso significa que qualquer denúncia contra ele teria de ser avaliada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e não pelo juiz Sérgio Moro, considerado muito duro com os investigados pela Lava Jato.
Opositores acreditam que, caso Lula ganhe o foro privilegiado, tentará atrair sua mulher, Marisa Letícia, e Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, filho do casal. Eles também foram denunciados criminalmente no caso do tríplex 164-A, no Condomínio Solaris, no Guarujá.