Brasil

Oposição derrama-se em elogios a Dilma

Hoje, quatro dos principais governadores de oposição estiveram no Palácio do Planalto para agradecer a autorização para novos empréstimos dada pelo governo federal

Dilma participará da cerimônia oficial de chegada no Palais des Festivals. Em seguida, terá um almoço de trabalho, seguido de sessão de trabalho (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma participará da cerimônia oficial de chegada no Palais des Festivals. Em seguida, terá um almoço de trabalho, seguido de sessão de trabalho (Roberto Stuckert Filho/PR)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2012 às 14h10.

Brasília - Raras vezes se viu uma demonstração tão clara do poder da caneta presidencial. Hoje, quatro dos principais governadores de oposição estiveram no Palácio do Planalto para agradecer a autorização dada pelo governo federal para que eles possam contratar novos empréstimos. Numa atitude incomum de exposição, a imprensa foi convidada a assistir ao encontro.

"Grande presidente que trabalha muito pelos paulistas, por todos os Estados e pelo Brasil", louvou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que poderá se endividar em mais R$ 7 bilhões. Não satisfeito, ele ainda apoiou a prorrogação Desvinculação de Receitas da União (DRU) pelo prazo de quatro anos.

"Alagoas está com saudades da senhora", derramou-se o governador do Estado, Teotônio Vilela (PSDB), brindado com um limite extra de R$ 666 milhões. Ele agradeceu pela "relação parceira, republicana e extremamente respeitosa para com o nosso povo tão sofrido." O tucano Beto Richa, governador do Paraná, agradeceu pela parceria. "Tenho visto que isto se reproduz em todos os Estados, a boa relação com o governo federal. Relação republicana, relação harmoniosa e eu agradeço todos os ministros e em particular à presidenta da República pela cordialidade com que tem nos tratado." Ele poderá investir mais R$ 1,192 bilhão.

"Não chegaríamos a este momento, se não houvesse a boa vontade, trabalho coletivo e parceiro", disse o mineiro Antonio Anastasia (PSDB), que foi autorizado hoje a contratar R$ 3 bilhões. Ele fez um agradecimento específico ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, e à equipe da Secretaria do Tesouro Nacional.


No mesmo diapasão, Dilma ressaltou o trabalho conjunto entre União e Estados em favor dos investimentos e do crescimento econômico. Ela comentou que a capacidade dos Estados em manter as contas em dia "demonstra que o País consegue investir e manter os princípios da estabilidade". Para ela, isso é sinal de "grande maturidade institucional".

Mantega comentou que os Estados ajudarão a fazer o Produto Interno Bruto (PIB) crescer, com isso arrecadarão mais e assim será estabelecido um ciclo virtuoso. No total, sete Estados foram autorizados ontem a contratar novos empréstimos no total de R$ 21,3 bilhões. Há duas semanas, outros dez Estados obtiveram o mesmo tratamento, de forma que o total autorizado até agora é de R$ 37 bilhões.

Enquanto os oposicionistas elogiaram e agradeceram, um dos principais aliados de Dilma, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi a única ausência da festa, mas mesmo assim teve seu limite ampliado em R$ 6 bilhões. Retido no Estado devido a manifestações contra a nova divisão de royalties do petróleo, que está em discussão no Congresso, ele não compareceu, o que foi lamentado por Dilma. Cabral quer que a presidente vete o texto, se for aprovado como está. Ela resiste.

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, foi autorizada a contratar mais R$ 2 bilhões. Ela saiu antes do final da reunião.

Outro aliado, o petista Tarso Genro, do Rio Grande do Sul, disse que a reunião, numa sala pequena e apinhada de jornalistas, era modesta para a importância do ato. Ele poderá contratar mais R$ 1,467 bilhão em dívidas. "É modesta, mas R$ 37 bilhões são R$ 37 bilhões", rebateu Dilma.

Acompanhe tudo sobre:Governo DilmaOposição políticaOrçamento federal

Mais de Brasil

Enem 2024: prazo para pedir reaplicação de provas termina hoje

Qual é a multa por excesso de velocidade?

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi