Carros incendiados em ataque em Santa Catarina: vários municípios do Estado estão sendo afetados por ataques criminosos (Marcelo Camargo/ABr)
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2013 às 14h36.
Brasília – A União e o governo de Santa Catarina vão realizar uma megaoperação para impedir que organizações criminosas que atuam no estado, como o Primeiro Grupo da Capital (PGC), continuem recebendo dinheiro, drogas e armas. O objetivo da Operação Divisa é "asfixiar financeiramente as organizações criminosas", disseram hoje (17), em Florianópolis, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o governador do estado, Raimundo Colombo.
"Sabemos que as organizações criminosas têm de ser combatidas em todas as frentes, mas uma das mais importantes é o asfixiamento financeiro desses grupos, que precisam receber os produtos ilícitos que comercializam, as armas, e ter trânsito de pessoas", disse Cardozo, em entrevista coletiva.
O plano de ação, anunciado sem muitos detalhes, é semelhante à iniciativa anunciada em novembro de 2012 para conter a onda de violência em São Paulo. De acordo com o ministro, o plano, que prevê "cerco policial nas divisas terrestres, aéreas e marítimas do estado", envolverá vários órgãos federais e estaduais, como as polícias Federal, Rodoviária Federal, Militar e Civil, a Receita Federal e o Conselho Estadual de Combate à Pirataria, entre outros.
A fiscalização nas estradas vai ser intensificada, com a montagem de barreiras fixas em vários pontos das estradas que cortam ou dão acesso ao estado, informou o ministro. Equipamentos de alta tecnologia, como um scanner veicular capaz de detectar a existência de substâncias ilícitas ou de armas no interior dos veículos, também serão usados.
Além disso, em 30 dias, a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) fornecerá à Polícia Civil de Santa Catarina modernos equipamentos para que o estado conclua a instalação do laboratório de lavagem de dinheiro, capaz de detectar fluxos financeiros e identificar os beneficiários, fornecendo subsídios para os serviços de inteligência combaterem as organizações criminosas. Santa Catarina já dispõe de um laboratório deste tipo, mas, segundo o ministro, hoje, o equipamento funciona com 20% da capacidade dos mais modelos mais avançados.
Na entrevista, o ministro defendeu a importância de todas as unidades da federação buscarem identificar e resolver "situações indevidas" em relação à situação de alguns presos, como, por exemplo, os que já podiam ter sido libertados ou beneficiados pela progressão para o regime semi-aberto. "É preciso analisar situações indevidas em presídios e corrigi-las. Em 30 dias, procuraremos formar uma frente nacional de defensores públicos que analisem as condições de cada preso.