Agência da Caixa: para delegado, impossibilidade de acesso aos programas da Caixa por fraudes causou “danos milionários para a Caixa Econômica Federal e aos principais programas do banco” (Tânia Rêgo/ABr)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2013 às 17h41.
Brasília – A Polícia Civil desencadeou, hoje (12), a Operação Casa Nova, que prendeu 17 pessoas, inclusive servidores públicos. Os policiais investigam 23 pessoas que atuam há pelo menos um ano no Distrito Federal, em um esquema de fraude no sistema de financiamentos da Caixa Econômica Federal (CEF), nos programas Poupex, Construcard e Móveiscard.
Os envolvidos responderão pelos crimes de estelionato, de uso de documentos falsos, de receptação e formação de organização criminosa.
De acordo com a Policia Civil os envolvidos no esquema conseguiam, por meio de falsificação financiamentos imobiliários com taxas e juros reduzidos, para pessoas que não preenchiam os requisitos solicitados pelos bancos.
Para fraudar as normas, os envolvidos falsificavam documentos, certidões de cartório, contas de água e luz, notas fiscais, sessão de direitos, entre outros documentos necessários para o financiamento.
O delegado Jefferson Lisboa, responsável pelas investigações, disse que “o dano maior envolve a falsificação de documentos públicos, além de danos às pessoas que se beneficiaram de forma ilegal”.
Ele acrescentou que uma série de pessoas não tiveram acesso aos programas da CEF devido as fraudes efetuadas pelo esquema. Segundo Lisboa, isso causou “danos milionários para a Caixa Econômica Federal e aos principais programas do banco”.
A investigação, que durou dez meses desde a denúncia, apurou a função de cada um dentro da organização. Alguns, de acordo com o delegado, eram corretores e faziam panfletagem perto das agências da Caixa responsáveis pela concessão dos empréstimos para atrair os interessados. Outros, gerenciavam e contratavam corretores.
Jefferson Lisboa apontou a servidora da Secretaria da Fazenda do Distrito Federal, Noélia Ferreira, como uma das cabeças da quadrilha. “A operação tem como intuito acabar com essa fábrica de documentos falsos no DF”, disse.
O delegado acrescentou que a Gráfica Arte Color, fechada durante a operação, fabricava os documentos falsos sob a responsabilidade do dono Wester Silva.