Armas: armas apreendidas serão submetidas à perícia para identificar a procedência delas (File Upload Bot/Wikimedia Commons)
Agência Brasil
Publicado em 23 de março de 2018 às 19h43.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (23), o diretor da Divisão de Repressão ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal, Adriano Valente, informou que a Operação Shooter (atirador, em inglês), deflagrada hoje com o objetivo de desarticular uma organização criminosa voltada ao comércio de armas de fogo no DF, levou à prisão de 25 pessoas e à apreensão de armas de fogo, entre elas pistolas com calibres de uso restrito das forças armadas e policias.
Entre os presos, cinco são militares ou ex-militares. Um deles está na ativa, um é da reserva e 3 são ex-militares. As patentes dos presos não foram divulgadas.
"No decorrer das investigações, identificamos que essa organização criminosa é composta por três núcleos principais. Um núcleo de colecionadores de armas, um núcleo de militares (da reserva e da ativa) e um núcleo de criminosos com antecedentes criminais graves.", disse Valente. Os núcleos de colecionadores e de militares, por terem acesso facilitado a armas de fogo, comercializavam armas para criminosos, explicou.
A operação foi motivada por uma denúncia anônima que alertou para a comercialização de fuzis pela organização, mas esse tipo de arma ainda não foi encontrada. Durante os 40 dias de investigação, os policiais identificaram a negociação de 40 armamentos e decidiram desarticular o grupo de atuação, "principalmente para tirar de circulação armas que podem vir a lesionar a população e serem usadas por criminosos", disse Valente.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão e prisão temporária, foram apreendidas armas de fogo, entre elas cinco pistolas, sendo algumas de calibre restrito ao uso das Forças Armadas e das forças policiais, como os calibres .40 e 9 milímetros. Também foi apreendido um revólver e um rifle Winchester calibre 44, além de munições.
As armas apreendidas serão submetidas à perícia para identificar a procedência delas, e a investigação continua tanto em relação aos possíveis membros dessa organização criminosa quanto ao armamento que fazem circular.
A organização atuava principalmente no Distrito Federal (DF), no Cruzeiro e no Riacho Fundo, e no Entorno Sul do DF, principalmente em Valparaíso e no Novo Gama.
Robson Pereira da Rocha Silva, assessor parlamentar do deputado federal pelo Rio Grande do Sul, José Otávio Germano (RS), também teve prisão temporária decretada hoje, acusado de ter vendido uma arma sem registro ao líder da organização criminosa, Mauro de Souza Ferreira, um ex-militar que, segundo as investigações, atua como ponte entre colecionadores de armas e criminosos. Segundo a polícia, a arma foi negociada e vendida durante os 40 dias da operação.