Segurança: 3,4 mil militares das Forças Armadas, 150 policiais militares e 350 policiais civis fizeram parte da operação no Lins (Ricardo Moraes/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 27 de março de 2018 às 17h47.
A operação das forças de segurança estadual e federal já efetuou 14 prisões no Complexo do Lins, na zona norte do Rio de Janeiro, informou hoje (27) o coronel Carlos Cinelli, chefe de Comunicação do Comando Militar do Leste. Armas, drogas e munições foram apreendidas, e um balanço das ações deve ser divulgado ainda nesta terça-feira.
A ação no Complexo do Lins tem o maior contingente deste o início da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. São 3,4 mil militares das Forças Armadas na operação, além de 150 policiais militares e 350 policiais civis.
As equipes contam com o apoio de veículos blindados e aeronaves, além de equipamentos pesados de engenharia para a remoção de barricadas instaladas por traficantes em ruas da comunidade. Para a operação, vias próximas chegaram a ser interditadas, como a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, que liga a zona norte à zona oeste da capital.
Desde ontem, militares das Forças Armadas iniciaram um patrulhamento em áreas de grande circulação das zonas sul, norte e centro da cidade. Na manhã de hoje, as equipes passaram por locais como a Candelária, as Praias de Botafogo e Copacabana.
O taxista Alan Sales, de 38 anos, trabalha ao lado do hotel Copacabana Palace diariamente e conta já ter visto cenas de violência nos arredores do ponto turístico. Ele ouve com frequência reclamações de turistas e acredita que o patrulhamento das Forças Armadas pode trazer uma maior sensação de segurança.
"Eles reclamam muito do policiamento. Reclamam que estão com medo de sair do hotel, porque as próprias reportagens amedrontam eles", diz o taxista, que mora em Vaz Lobo, na zona norte.
Moradora de Copacabana, a aposentada Georgina de Oliveira, de 60 anos, conta que já foi assaltada duas vezes, e a última vez foi há três meses.
"Eu acho que o policiamento pode diminuir a violência. É o meu maior desejo, que estejam na minha rua, na Princesa Isabel", disse ela.
O ajudante de cozinha Sandro Silva, de 30 anos, vê com ceticismo as ações: "Eles ficam por um tempo, e acaba que, quando termina, volta a bandidagem tudo de novo. Não vejo que traga melhoria", disse ele, que mora em Rio das Pedras, na zona oeste da cidade.
Para a doméstica Maria Madalena Silva, de 67 anos, o patrulhamento é positivo, mas ela também destaca que é necessário que as ações de segurança permaneçam. A moradora do Flamengo, na zona sul, afirma se sentir mais segura com a presença de militares nas ruas.
"Espero que não parem na metade, porque vem eleição aí, e a gente está descrente."