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Operação contra Jaques Wagner é perseguição contra nós, diz PT

O partido classificou o episódio como "invasão", relacionando-o ao que chama de "campanha de perseguição"

Jaques Wagner, ex-governador da Bahia (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Jaques Wagner, ex-governador da Bahia (Antonio Cruz/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 26 de fevereiro de 2018 às 12h50.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2018 às 13h13.

A cúpula do PT classificou as buscas da Polícia Federal na casa do ex-governador da Bahia Jaques Wagner como "mais um episódio da campanha de perseguição" contra o partido e acusou abuso de autoridade de "setores" do Judiciário. Wagner é o nome mais cotado, até agora, para ser candidato do PT ao Palácio do Planalto, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja impedido de concorrer por causa da Lei da Ficha Limpa.

"A escalada do arbítrio está diretamente relacionada ao crescimento da pré-candidatura do ex-presidente Lula nas pesquisas, nas manifestações populares, nas caravanas de Lula pelo Brasil", escreveu a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), em nota divulgada nesta segunda-feira, 26. "Quanto mais Lula avança, mais tentam nos atingir com mentiras e operações midiáticas."

No texto, Gleisi afirma ainda que "a sociedade brasileira está cada vez mais consciente de que setores do sistema judicial abusam da autoridade para tentar criminalizar o PT e até os advogados que defendem nossas lideranças e denunciam a politização do Judiciário".

Alvo da Lava Jato, Lula foi condenado em segunda instância, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), a 12 anos e um mês de prisão, acusado dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá (SP).

Os advogados do petista recorreram da sentença e dirigentes do partido afirmam que a candidatura será registrada em 15 de agosto, mesmo se Lula estiver preso. Trata-se, na prática, de uma estratégia política da defesa. Até hoje, o ex-presidente lidera todas as pesquisas de intenção de voto.

Atualmente no cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Wagner sempre apareceu como o mais cotado para substituir Lula, em caso de necessidade. O outro nome citado é o do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, coordenador do programa de governo de Lula.

Haddad tem feito articulações para que o PT se aproxime de partidos de centro-esquerda, na tentativa de formar uma aliança. O movimento foi avalizado por Lula, conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo na semana passada.

O ex-prefeito jantou recentemente com o ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência, e conversou sobre o assunto. Dirigentes do PT, porém, reclamaram de que a iniciativa reforçou as especulações sobre um plano B para se encontrar um nome que substitua Lula.

A reportagem fez contato com a defesa do ex-governador Jaques Wagner, mas não havia recebido resposta até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação do ex-governador.

 

 

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