Energia elétrica: existem alternativas, apesar dos baixos níveis de armazenamento na Bacia do Rio São Francisco, afirma ONS (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2016 às 18h58.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou hoje (1º), em reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que não há risco para o suprimento de energia no Nordeste, mesmo com os baixos níveis de armazenamento na Bacia do Rio São Francisco, por causa das demais alternativas de suprimento à região pelo Sistema Interligado Nacional.
Mesmo assim, o comitê informou que a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) já pediu a redução do volume de água que sai da Usina Hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, em direção ao rio.
O pedido para reduzir a vazão dos atuais 800 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 700 m³/s foi feito à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis (Ibama), que estão avaliando a questão.
O Ministério de Minas e Energia também encaminhou o tema análise na Casa Civil “dado seu caráter interministerial”. A redução é necessária para que o volume de água na barragem não chegue a 0, o que prejudicaria a geração de energia na região.
No entanto, a redução pode prejudicar a captação de água para a população, além de outras questões como a irrigação e a navegabilidade do rio.
“Apesar de não haver riscos para o abastecimento energético, o setor elétrico vem utilizando seu arcabouço técnico sobre a hidrologia para sugerir aos órgãos competentes ações de gestão dos recursos hídricos armazenados nas usinas hidrelétricas, devido ao impacto que a situação pode causar no abastecimento de água”, explicou o CMSE, em nota, após reunião realizada em Brasília.
Atualmente, o reservatório de Sobradinho está em 14,6% de sua capacidade máxima de armazenamento, mas a expectativa do ONS é que o nível chegue a 4,5% no fim de novembro.
Durante a reunião, o Ministério de Minas e Energia apresentou os resultados da operação do sistema elétrico durante os Jogos Olímpicos Rio 2016.
“As medidas operativas e de segurança no fornecimento de energia foram exitosas, não havendo ocorrência no sistema elétrico que afetasse as competições e o fornecimento de energia às instalações olímpicas”, diz a nota do comitê.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apresentou a expectativa de crescimento do consumo total de eletricidade para o período entre 2016 e 2020, que está estimada em 4% ao ano.