Rua da Consolação, no centro de São Paulo: capital tem tido estabilização em número de novos casos do coronavírus (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 17 de julho de 2020 às 13h46.
Última atualização em 17 de julho de 2020 às 14h11.
Nesta sexta-feira, 17, o diretor executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan analisou o quadro atual do coronavírus no Brasil, em entrevista coletiva em Genebra, na Suíça.
Segundo ele, o número médio de casos diários da doença se estabilizou na casa dos 40.000 nas últimas semanas, mas ainda não apresenta uma tendência de queda sustentada. "O vírus ainda dita a regra em muitos países, inclusive no Brasil", alertou.
Ryan destacou que o crescimento da epidemia no país já não é exponencial, como em abril, maio e junho. Ele explicou que a taxa de reprodução, conhecida como R, recuou da faixa de R1,5 a R2 para cerca de R1, o que significa que, na maioria dos estados, um pessoa contaminada já não infecta mais de um indivíduo.
"Mas não há nenhuma garantia de que os casos vão começar a diminuir sozinhos", ponderou, lembrando que 11% dos diagnósticos estão em profissionais da saúde.
O médico também exortou governos a comunicar os riscos de transmissão da covid-19 "de forma clara".
Sobre a missão de especialistas da OMS que investiga a origem do vírus na China, ele disse que não há um prazo para a divulgação dos resultados das apurações.
Nesta quinta-feira, o país chegou a 2 milhões de casos de infecções pelo novo coronavírus.