José Serra: "Pelo menos eu sinto isso", disse o ministro sobre clima de segurança para Olimpíada do Rio (Ueslei Marcelino / Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2016 às 19h18.
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, fez hoje (23) à tarde uma vistoria no antigo Palácio do Itamaraty, no centro do Rio de Janeiro.
O prédio será palco de quatro recepções a chefes de Estado e de governo de todo o mundo durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, recebendo um total estimado em 6 mil pessoas.
O ministro avaliou que a perspectiva com relação aos Jogos Rio 2016 é de segurança e tranquilidade. “Pelo menos eu sinto isso”, acrescentou Serra, lembrando os grandes eventos que o Rio de Janeiro e o país sediaram nos últimos anos, como a Copa do Mundo de 2014, e que transcorreram de forma tranquila.
O antigo Itamaraty dispõe de uma ala oitocentista e outras duas construiídas no século passado. Serão duas recepções nos Jogos Olímpicos, uma na abertura, dia 5 de agosto, e outra no encerramento, no dia 21. Mais duas estão previstas para a abertura (7 de setembro) e encerramento 18 de setembro) da Paralimpíada.
A responsabilidade pelas quatro recepções cabe ao Ministério das Relações Exteriores, que tem sua representação no Rio funcionando no histórico palácio, que já foi a sede da diplomacia brasileira, antes da mudança da capital para Brasília.
Casas reais
“É um lugar adequado e muito bonito para as recepções”, disse Serra, que considerou o palácio preparado para receber, em cada uma das quatro ocasiões, cerca de 1,5 mil pessoas.
Além de 45 chefes de estado e de governo já confirmados, virão representantes de casas reais e de organismos internacionais, cada um deles trazendo acompanhantes, assessores e integrantes de suas respectivas seguranças pessoais.
Segundo Serra, entre as presenças confirmadas estão as dos presidentes da França, François Hollande, da Argentina, Mauricio Macri, e do primeiro-ministro da Itália, Matto Renzi. Dos Estados Unidos, o ministro confirmou apenas a vinda do secretário de Estado, John Kerry, com quem já tem um encontro agendado.
Além de obras emergenciais para as recepções olímpicas, o antigo palácio está passando por uma restauração, obra que, conforme José Serra, está muito lenta e ele pretende agilizar. “Foi feito um convênio com uma ONG, o BNDES disponibilizou recursos e não aconteceu nada. Essa é uma das coisas que eu pretendo ativar. Não é o dinheiro que falta. É agilidade, determinação”.
Mobilização
Após cada uma das recepções no Itamaraty, os mandatários e suas comitivas seguirão em ônibus especiais para as cerimônias no Maracanã. No fim, retornarão ao palácio para pegar seus veículos. Serra informou não estar autorizado a divulgar o número de agentes que estarão atuando no Itamaraty e no entorno do palácio.
O ministro elogiou o grau de mobilização das forças de segurança para a Olimpíada, envolvendo as polícias do Rio, a Força Nacional de Segurança, a Polícia Federal e as Forças Armadas. “É uma mobilização que considero impressionante, a maior de nossa história”, disse o ministro.
Ele também lembrou a manifestação do governo americano, que considerou boa a situação da segurança no Brasil para o megaevento. “Eles podiam não ter dito nada, mas o fato é que disseram que acham boa”, comentou.
Atentados
A rapidez com que as forças de segurança agiram na Operação Hashtag para prender o grupo suspeito de premeditar um ataque terrorista durante os jogos também mereceu elogios de Serra.
“São amadores? É provável que sejam, mas têm de ser presos, porque boa parte desse pessoal é amador mesmo. A violência não exige profissionalismo. Exige nesse caso fanatismo, doença mental”, afirmou o ministro a respeito do grupo.
Para o chanceler, os últimos atentados no mundo reforçam mais a preocupação com a segurança. “A insegurança com relação ao terrorismo é mundial. Estão sendo atingidos países da Europa que não estão organizando nada, nenhum evento. O fenômeno da violência é uma espécie de doença que está acometendo o mundo de forma surpreendente e que precisa ser enfrentada.”