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Oito governadores do Nordeste repudiam impeachment de Dilma

A nota dos governadores afirma que não houve prática de crime de responsabilidade por parte da presidente Dilma


	Dilma Rousseff: "Em vez de golpismos, o Brasil precisa de união", declarava a nota divulgada pelos governadores em relação ao impeachment
 (Lula Marques/Agência PT)

Dilma Rousseff: "Em vez de golpismos, o Brasil precisa de união", declarava a nota divulgada pelos governadores em relação ao impeachment (Lula Marques/Agência PT)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 20h43.

Brasília - Governadores de oito estados do Nordeste repudiaram hoje (3) o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Em nota, eles chamaram o episódio de “absurda tentativa de jogar a Nação em tumultos derivados de um indesejado retrocesso institucional”.

O pedido foi aceito ontem (2) pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A nota dos governadores afirma que não houve prática de crime de responsabilidade por parte da presidente Dilma e que a decisão de aceitar o pedido de abertura de processo decorreu “de propósitos puramente pessoais, em claro e evidente desvio de finalidade”.

“Diante desse panorama, os governadores do Nordeste anunciam sua posição contrária ao impeachment nos termos apresentados e estarão mobilizados para que a serenidade e o bom senso prevaleçam", diz o texto.

"Em vez de golpismos, o Brasil precisa de união, diálogo e de decisões capazes de retomar o crescimento econômico, com distribuição de renda”, acrescenta a nota, que foi divulgada pelo governador da Bahia, Rui Costa.

Além de Costa, assinam a nota os governadores Camilo Santana, do Ceará; Flávio Dino, do Maranhão; Jackson Barreto, de Sergipe; Ricardo Coutinho, da Paraíba; Renan Filho, de Alagoas; Robinson Faria, do Rio Grande do Norte; e Wellington Dias, do Piauí.

Paulo Câmara, de Pernambuco, foi o único dos governadores do Nordeste que não assinou a nota. Câmara divulgou seu próprio comunicado, no qual evitou criticar abertamente o processo de impeachment que se inicia no Congresso.

Ele questionou, porém, o papel de Eduardo Cunha, que enfrenta problemas no Conselho de Ética da Câmara. O governador disse que Cunha tem sua legitimidade comprometida e “precisa deixar a presidência da Casa”.

Câmara defendeu “trabalho duro” para superação da crise e falou em oportunidade para o governo federal “dar um basta na política pequena, de troca de favores para qualquer tomada de posição”.

Ao concluir a nota, Câmara diz que seu partido, o PSB, não votou na presidente Dilma, nem no presidente da Câmara.

"Trilhamos nosso próprio caminho. Essa postura continuará, defendendo as instituições e o respeito à Constituição do país."

O rito de análise do processo do impeachment teve início hoje, com a leitura da denúncia aceita pelo presidente da Câmara.

O texto, de 68 páginas, foi lido pelo primeiro-secretário da Casa, Beto Mansur (PRB-SP). Em seguida, o próprio Eduardo Cunha leu a decisão em que acatou pedido de abertura do processo.

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