Brasil

OIT: reforma trabalhista respeita negociação coletiva de trabalhadores

A conclusão libera o Brasil da lista de países suspeitos de violações de direitos trabalhistas

Reforma trabalhista: a comissão informa que a "reforma está em conformidade com as definições da Convenção 98" (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Reforma trabalhista: a comissão informa que a "reforma está em conformidade com as definições da Convenção 98" (Antonio Cruz/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 7 de junho de 2018 às 15h46.

A Comissão de Aplicação de Normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra (Suíça) concluiu hoje (7) que a reforma trabalhista é compatível com a chamada Convenção 98, que trata do direito à negociação coletiva. A conclusão libera o Brasil da lista de países suspeitos de violações de direitos trabalhistas.

Em comunicado ao governo brasileiro, a comissão informa que a "reforma trabalhista está em conformidade com as definições da Convenção 98", faz sugestões e solicita informações.

No documento, a OIT propõe o detalhamento e a análise sobre os termos da aplicação dos princípios da "negociação coletiva livre e voluntária na reforma trabalhista". Também quer informações sobre as "consultas tripartites com os interlocutores sociais a respeito da reforma trabalhista".

O prazo para elaborar as respostas é de menos de quatro meses. O governo brasileiro terá de criar uma comissão que vai elaborar um relatório e encaminhar à OIT até novembro.

Histórico

No último dia 29, a OIT incluiu o Brasil na lista dos 24 casos considerados como mais graves de suspeitas de violações de direitos trabalhistas pela Comissão de Normas por dúvidas envolvendo a reforma trabalhista, principalmente, as negociações coletivas.

O foco das críticas estava na Convenção 98 da OIT, de 1949, que define orientações sobre negociações livres e irrestritas. O Brasil ratificou a convenção em 1952. Essas orientações estão também na legislação trabalhista brasileira em vigor desde novembro de 2017.

A pedido da Central Única dos Trabalhadores (CUT) ,que entrou com uma representação de contestação na OIT em que questiona o item relativo ao tema na reforma trabalhista, o assunto foi analisado pelo Comitê de Peritos da OIT. No entanto, a análise ocorreu em setembro, sendo que a reforma só foi aprovada em dezembro.

Porém, a Comissão de Aplicação de Normas admitiu hoje que a análise foi feita "fora do ciclo regular", ou seja, não ocorreu dentro dos prazos previstos.

No questionamento, a CUT afirma que a reforma ameaça acordos coletivos e põe em risco os direitos dos trabalhadores.

Análise

Em novembro do ano passado, o Comitê de Peritos da organização, formado por 20 especialistas internacionais - advogados, direito do trabalho, direito internacional e direito comparado - analisou o recurso da CUT e pediu esclarecimentos ao Brasil.

Nessa etapa de análises, o comitê informou que observava "com preocupação" a reforma que as mudanças poderia gerar a "derrogação de direitos" - levar à anulação os acordos anteriores. Em seguida, o Ministério do Trabalho apresentou explicações.

 

 

Acompanhe tudo sobre:Direitos trabalhistasOITReforma trabalhista

Mais de Brasil

Ministra interina diz que Brasil vai analisar decisões de Trump: 'Ele pode falar o que quiser'

Bastidores: pauta ambiental, esvaziamento da COP30 e tarifaço de Trump preocupam Planalto

Paes assina acordo para criar centro avançado do Fórum Econômico Mundial no RJ

Proposta sobre uso do FGTS para consignado estará no Congresso até março, diz secretário da Fazenda