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Odebrecht pagou propina para polícia de Rondônia vigiar obras

Segundo um dos delatores da empreiteira, as propinas eram pagas para que os seguranças garantissem a ordem nos canteiros de obras e evitassem revoltas

Odebrecht: o delator não mencionou quais valores foram repassados nem nomes de recebedores e por quanto tempo a propina foi paga (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Odebrecht: o delator não mencionou quais valores foram repassados nem nomes de recebedores e por quanto tempo a propina foi paga (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2017 às 16h33.

O pagamento de propina envolvendo obras das hidrelétricas da Amazônia também incluía o repasse para policiais que atuam no entorno do empreendimento.

Segundo o delator Henrique Serrano de Prado Valadares, que dirigia a área de energia da Odebrecht, as planilhas que eram administradas pelo departamento de propinas da empreiteira incluíam a alcunha de "Tropa de Elite", uma referência ao filme dirigido por José Padilha.

A rubrica "Tropa de Elite" contabilizava os pagamentos que eram feitos aos policiais que deviam garantir a ordem nos canteiros de obras da usina Santo Antônio, em Porto Velho (RO), para evitar revoltas como a ocorrida durante a construção da hidrelétrica de Jirau, também erguida no Rio Madeira, em Rondônia.

"Eram pagamentos feitos para o 'bico' que a polícia fazia e recebia por esse 'bico', para dar proteção no canteiro, principalmente nos momentos críticos, como aconteciam aquelas invasões e incêndios como acontecia lá em Jirau. Então, ela (polícia) rateava lá entre eles", disse Valadares.

O delator não mencionou quais valores foram repassados nem nomes de recebedores e por quanto tempo a propina foi paga.

As obras das usinas são citadas pelos delatores como alvos para desvios de recursos e para alimentar o caixa 2 do departamento de propinas da Odebrecht.

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