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Odebrecht nega participação em cartel na Petrobras

O grupo considera ainda uma afronta aos princípios básicos do Estado de Direito a sustentação de prisão para evitar a reiteração criminosa


	Marcelo Odebrecht, CEO da Odebrecht, sendo escoltado pela Polícia Federal em Curitiba na semana passada
 (REUTERS/Rodolfo Burher)

Marcelo Odebrecht, CEO da Odebrecht, sendo escoltado pela Polícia Federal em Curitiba na semana passada (REUTERS/Rodolfo Burher)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2015 às 10h29.

São Paulo - Em comunicado publicado nesta segunda-feira, 21, nos principais jornais do País, a Odebrecht, investigada pela Operação Lava Jato, nega ter participado de qualquer cartel.

"Não há cartel num processo de contratação inteiramente controlado pelo contratantes, como ocorre com a Petrobras, onde a mesma sempre definiu seus próprios orçamentos e critérios de avaliação técnico-financeiro e de performance."

O grupo considera ainda uma afronta aos princípios básicos do Estado de Direito a sustentação de prisão para evitar a reiteração criminosa "por não terem as autoridades competentes proibido a Construtora Norberto Odebrecht de contratar com a Administração Pública, principalmente no que concerne o último pacote de concessões, que no momento é apenas um conjunto anunciado de intenções".

O texto justifica que a "Controladoria Geral de União, a Advocacia Geral da União e o Ministério da Justiça afirmaram publicamente que as empresas somente podem sofrer restrições para contratar com a Administração Pública após julgadas e condenadas com observância do devido processo legal."

A Odebrecht nega vários pontos da decisão que levou à prisão seu presidente, Marcelo Odebrecht, na nova fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, na última sexta-feira.

A nota expressa a "indignação" da empresa, reiterando que considera as prisões e as buscas e apreensões desnecessárias, como já havia expressado em outros comunicados enviados à imprensa ao longo dos últimos dias.

O de hoje, mais extenso, rebate o que vêm a ser elementos novos apresentados pela investigação, os quais "representam manifestam equívoco de interpretação de fato".

Retoma que o depósito supostamente feito pela Odebrecht na conta da empresa Canyon View Assets se trata de um investimento em bonds (títulos privados de dívida no exterior).

A nota explica que o termo "sobrepreço" citado em e-mail de 21/03/2011 entre executivos era expressão de remuneração contratual que a Odebrecht Óleo e Gás, como operadora de sondas, propôs à Sete Brasil, do termo em inglês "cost plus fee", tido como "usual de mercado". Também a nota reitera que não tem vínculo com a Constructora Internacional del Sur.

Entre os presos preventivamente estão o ex-diretor João Antônio Bernardi Filho e Cristina Maria da Silva Jorge.

Sobre ela, o comunicado da Odebrecht diz que nunca foi sua integrante e que Bernardi deixou a organização há mais de uma década, completando ainda que "não possui, nem nunca possuiu, qualquer relação com as empresas das referidas pessoas."

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