Recife: ato acontecerá 2 dias após o prefeito Geraldo Júlio sancionar lei que define as novas normas de ocupação dos cais José Estelita (LUSCO/EXAME)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2015 às 18h04.
Brasília - Integrantes do movimento Ocupe Estelita farão, nesta quinta-feira (7), no Recife, mais um protesto contra o projeto da prefeitura, que prevê, entre outras coisas, a construção de 12 prédios, área comercial, hotéis, restaurantes, bares e estacionamentos na área do Cais José Estelita. Local ainda preserva vestígios de edificações históricas abandonadas, como antigos armazéns de açúcar e galpões.
Convocado pelas redes sociais, o ato acontecerá dois dias depois de o prefeito Geraldo Júlio sancionar a lei aprovada pela Câmara Municipal, na última segunda-feira (4), definindo as novas normas de ocupação dos cais José Estelita e Santa Rita e área do Cabanga.
Os vereadores já tinham aprovado o Projeto Novo Recife, em dezembro de 2013, suspenso por pressão dos críticos da iniciativa, que, para impedir o início das obras, chegaram a acampar no local por longo período. Em janeiro deste ano, a prefeitura apresentou à Câmara o projeto recém-aprovado.
Mais de 4 mil pessoas manifestaram interesse de participar do ato convocado para amanhã. Ontem (5), milhares de pessoas atenderam à convocação dos organizadores e se reuniram para protestar.
Os críticos da iniciativa apontam prejuízo à memória nacional e o aspecto segregador do projeto, uma vez que o terreno de 105 mil metros quadrados (m²), localizado em área histórica e considerado importante cartão-postal da capital pernambucana, passará a ser propriedade da iniciativa privada.
Parte dos moradores da cidade, no entanto, é favorável a que o Poder Público dê nova destinação ao local, que afirmam estar abandonado e reunir criminosos e usuários de drogas.
O Consórcio Novo Recife rebate as críticas, alegando que cerca de 90 mil m² da área serão destinados à construção de um parque público. O consórcio também informa que as futuras atividades comerciais vão gerar 2,5 mil empregos na área que hoje “encontra-se bastante degradada e subutilizada”.
Em nota, a prefeitura sustenta que a aprovação da matéria “encerra um processo de amplo debate com os diferentes segmentos da sociedade”.