Brasil

Ocupantes contestam adiamento do Enem em universidade baiana

Os locais estão ocupados por estudantes que protestam contra a PEC do Teto que limita os gastos públicos

Enem: os locais estão ocupados por estudantes que protestam contra a proposta que limita os gastos públicos (Marcos Santos/USP Imagens/Agência USP)

Enem: os locais estão ocupados por estudantes que protestam contra a proposta que limita os gastos públicos (Marcos Santos/USP Imagens/Agência USP)

AB

Agência Brasil

Publicado em 5 de novembro de 2016 às 18h04.

Em Salvador, a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), foi a única instituição a ter a aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) adiada.

Responsável pelo exame, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) adiou as provas que seriam realizadas em quatro departamentos do Campus 1 da Uneb, no bairro do Cabula.

A justificativa do órgão é de que os locais estão ocupados por estudantes que protestam contra a proposta de emenda à Constituição que limita os gastos públicos (PEC 241).

Como a Bahia é um dos estados onde não há horário de verão, os portões dos locais com data mantida para este fim de semana ficaram abertos entre 11h e 12h, das 12h às 13h, no horário de Brasília. Apesar do adiamento, a Uneb tem somente a Reitoria ocupada por estudantes, conforme constatado pela reportagem.

Uma das pessoas a ocupar a reitoria da Uneb, a estudante de pedagogia Dai Costa, 26 anos, diz que os ocupantes asseguraram à coordenação do exame que se manteriam afastados dos prédios onde ocorreriam as provas para não prejudicarem a segurança das aplicações.

"Estamos somente na reitoria, todos os departamentos estão desocupados. A gente entende que [o adiamento] é na tentativa de deslegitimar o movimento, de dizer que os estudantes são contra o Enem e isso não existe. A gente faz essa leitura: ele [o Inep] está fazendo isso porque trata a ocupação como um impecilho", contesta a universitária.

Segundo Dai Costa, os ocupantes e os professores da universidade chegaram a realizar ontem (3) um aulão para o Enem, como forma de tirar dúvidas e explicar conteúdos aos candidatos, sobretudo os de escola pública e de áreas mais periféricas de Salvador.

"A gente entende que nossa luta contra essa PEC, contra o desmonte da educação, é pela educação. Então, a gente jamais ia fazer nenhum ato, nenhuma manifestação, nenhuma intervenção, que atrapalhasse a realização das provas do Enem porque, na verdade, quem entrou [na universidade] quer que outras pessoas entrem", concluiu a estudante de pedagogia.

Um dos candidatos que realizaria a prova no Campus 1 da Uneb, o estudante Uzimar Cerqueira, 28 anos, deparou-se com o aviso de adiamento fixado na fachada ao chegar ao local.

"[O Inep] lamenta, sinceramente, pelos transtornos causados aos participantes por esta alternativa de solução, a única que se apresentou viável para evitar um prejuízo maior", finalizou o informe oficial.

Acompanhe tudo sobre:EducaçãoEnemMEC – Ministério da EducaçãoPEC do TetoProtestos

Mais de Brasil

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final

Aliança Global contra a Fome tem adesão de 41 países, diz ministro de Desenvolvimento Social

Polícia argentina prende brasileiro condenado por atos antidemocráticos de 8 de janeiro

Homem-bomba gastou R$ 1,5 mil em fogos de artifício dias antes do atentado