O "grande legado da Copa" que foi prometido para as cidades-sede vai deixar a desejar. Apesar do investimento monstruoso, nem tudo está garantido para 2014
O que não vai ficar (Adidas/Facebook.com)
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2012 às 07h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h14.
São Paulo - Das obras que foram planejadas para 2014, só os estádios estão garantidos. As seleções precisam ter onde jogar, mas, depois que a Copa do Mundo acabar, o legado que essas monumentais construções vão deixar para a população será pequeno. As obras que vão fazer a diferença, mesmo, serão as que estão sendo feitas em infraestrutura: aeroportos (muitos em parceria público-privada) e mobilidade urbana. E essas não estão garantidas para 2014. Longe disso: muitas dessas obras já apresentam atrasos preocupantes, algumas não tiveram sequer os empréstimos contratados (correm sério risco de parar pela metade) e 35% têm data de entrega em cima da hora, para maio ou junho e 2014. Confira seis obras na área dos transportes que foram prometidas para daqui dois anos, mas já sabemos que não serão entregues - ou estão em situação crítica.
São Paulo só havia prometido uma obra para a Copa do Mundo: o monotrilho que ligaria o Aeroporto de Congonhas até o bairro do Morumbi, na Zona Sul da capital. A chamada Linha 17 - Ouro do metrô, porém, não vai existir antes de 2014. A justificativa para o atraso foi de que houve demora para obtenção de licenças ambientas, mas as licenças foram publicadas no Diário Oficial em março, mesmo mês que o governador Geraldo Alckmin reiterou a intenção de conclusão para antes da Copa. Em novembro, Alckmin admitiu que o monotrilho quer permitirá às pessoas saírem do aeroporto de Congonhas e pegar o trem não vai ficar pronto.
A duplicação da Avenida Tronco, em Porto Alegre, vai aumentar o trecho em 5,3 km, com ciclovia, corredor de ônibus e tratamento paisagístico. É uma das dez principais obras de legado da Copa já que criaria uma alternativa rápida de ligação entre a Zona Sul e o Centro, desafogando a Avenida Beira-Rio (Edvaldo Pereira Paiva), onde fica o estádio. Entretanto, em julho de 2012 a obra ainda não havia começado nos principais trechos por conta de problemas na expropriação das famílias. Para piorar, no mesmo mês a licitação foi suspensa em caráter preventivo por suspeitas de fraude. Segundo o site do governo gaúcho, as obras estão com a burocracia correta, no prazo e devem ficar prontas até maio de 2014, mas, segundo o TCU, cinco das dez obras da capital do Rio Grande do Sul, inclusive as obras da Avenida Tronco, ainda sequer foram apresentadas à Caixa Econômica Federal, que vai financiar parte do valor.
Brasília ganhou um projeto de VLT (veículo leve sobre trllhos) que ligaria o Aeroporto de Brasília à Asa Sul da capital brasileira. Já em 2011 o primeiro trecho do VLT em Brasília teve suas obras paralisadas por fraude na licitação que ocorrera dois anos antes. No início do ano, foi declarado que o trecho Aeroporto - Asa Sul (que teria 6,4 km de extensão e quatro estações) não ficaria pronto antes da Copa do Mundo.
O terminal fará parte do chamado "Ramal de Acesso à Cidade da Copa", via inescapável para quem quiser ir à Arena Pernambuco. A expectativa é que as obras ficassem prontas já para a Copa das Confederações, em 2013, mas em setembro de 2012 o Tribunal de Contas da União já alertou para atrasos. Apesar do otimismo da Secretaria das Cidades, que ainda insistia que o Terminal ficará pronto até junho de 2013, em setembro deste ano as obras, que deveriam estar 78% concluídas apresentavam um percentual de apenas 4% de conclusão.
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