Brasil

Obras inacabadas frustram Governo

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, garantiu que obras serão concluídas

Gilberto Carvalho: atrasos se devem a projeto inicial ambicioso e dificuldades legais e gerenciais (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Gilberto Carvalho: atrasos se devem a projeto inicial ambicioso e dificuldades legais e gerenciais (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2014 às 13h08.

Brasília - O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, lamentou hoje (25) que parte das obras de melhoria da mobilidade urbana previstas para a Copa não tenha ficado pronta a tempo do mundial. Segundo um levantamento da organização não governamental (ONG) Contas Abertas, apenas 51,7% dos projetos de mobilidade urbana e das obras previstas para ampliar os principais aeroportos brasileiros já foram concluídas. Situação que, segundo o próprio ministro, frustra a equipe de governo.

De acordo com ele, os atrasos se devem tanto ao fato de que o projeto inicial era “ambicioso” demais - incluindo obras de melhorias de infraestrutura para toda a população e não apenas para quem vai prestigiar o evento da Fifa, como também à dificuldades legais e gerenciais.

“Nosso sonho era entregarmos todas essas obras, mas isso não foi possível por muitas razões. Parte delas ligada à [demora na obtenção de] licenças ambientais, processos de desapropriação e até mesmo dificuldades gerenciais, seja do governo federal ou dos governos estaduais e municipais”, declarou Carvalho ao participar, esta manhã, do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a área de prestação de serviços da Empresa Brasil de Comunicação (EBC Serviços).

“Fomos ambiciosos e quisemos aproveitar esse ensejo [o evento esportivo] para trazer às cidades benefícios efetivos não tanto para a Copa, mas para mudar a cara dessas localidades. Guardamos a frustração de não termos entregue todas as obras, mas o essencial nós conseguimos entregar. Melhor teria sido entregarmos tudo, mas não houve nenhuma cidade-sede onde a questão da mobilidade não tenha sido bem resolvida”, acrescentou o ministro, garantindo que as obras inacabadas serão concluídas após o término do evento. "Nosso cuidado é não deixarmos inacabada ou paralisada nenhuma das obras já iniciadas”.

O ministro também voltou a rebater as críticas aos gastos públicos com o evento. De acordo com a planilha do governo federal, foram investidos cerca de R$ 25 bilhões nos preparativos do evento, aí incluso a reforma de estádios e as obras de infraestrutura. Desse total, quase R$ 8 bilhões foram destinados aos estádios, sendo que, desse valor, R$ 4 bilhões foram investidos por governos estaduais e municipais e outros R$ 3,9 bilhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“E quem tomou emprestado esse dinheiro vai ter que devolvê-lo, mesmo que a juros melhores [que os cobrados por bancos privados]”, disse Carvalho, garantindo que a decisão de sediar a Copa não desviou dinheiro de outras áreas. De acordo com o ministro, desde 2010, o governo federal destinou R$ 800 bilhões à saúde e à educação. “Estamos tranquilos para afirmar que os recursos destinados à Copa foram bem investidos. Não há nenhuma cidade-sede que não tenha sido beneficiada com a expansão de aeroportos, avenida.

Ainda segundo o ministro, o número de cidades-sede foi proposto como forma de não centralizar o evento apenas nas regiões Sul e Sudeste e, assim, alavancar o desenvolvimento das demais regiões. Além disso, de acordo com o ministro, os estádios foram projetados como espaços multiusos para que, passada a Copa, possam sediar não só jogos de campeonatos estaduais e nacional, mas também eventos culturais como grandes shows.

Carvalho disse que a geração de cerca de 1 milhão de empregos em função da Copa do Mundo, bem como o número de turistas estrangeiros surpreenderam positivamente até mesmo o governo federal. “Sabíamos que a Copa ia alavancar o turismo, mas ninguém imaginava essa invasão chilena, colombiana, argentina, que não para. Mas o que mais está nos surpreendendo é essa confraternização universal que vemos nas ruas. Que vai deixar um legado não mensurável extraordinário, pois o turista bem recebido vai querer voltar e o turismo receberá um incremento fantástico”, concluiu Carvalho.

Acompanhe tudo sobre:Copa do MundoEsportesFutebolInfraestruturamobilidade-urbanaObras públicas

Mais de Brasil

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas

Lula mantém Nísia na Saúde, mas cobra marca própria no ministério

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático