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Obras da Copa em Curitiba atrasam e sofrem aumentos

Cidade tenta reorganizar seu calendário que, segundo Tribunal de Contas, está atrasado e já mostra um aumento relativo aos investimentos


	Aeroporto de Curitiba: segundo a Secretaria Municipal de Obras, atrasos nas obras para a Copa já vinham ocorrendo desde a gestão passada
 (Divulgação/ Infraero)

Aeroporto de Curitiba: segundo a Secretaria Municipal de Obras, atrasos nas obras para a Copa já vinham ocorrendo desde a gestão passada (Divulgação/ Infraero)

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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2013 às 20h33.

Curitiba - Na semana em que a presidente Dilma Rousseff anunciou investimentos de R$ 3,2 bilhões para obras de construção do metrô na capital paranaense e outros R$ 2,1 bilhões para outras obras em transporte, Curitiba tenta reorganizar seu calendário de obras para a Copa do Mundo que, segundo relatório divulgado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) em outubro, está atrasado e já mostra um aumento relativo aos investimentos públicos de R$ 400,7 milhões para R$ 433,9 milhões. Em contrapartida a Prefeitura lançou o Plano Cicloviário, ao qual serão investidos R$ 90 milhões em 300 quilômetros de ciclovias até 2016.

O relatório aponta atrasos em relação à Matriz de Responsabilidade e a maior parte também em relação aos cronogramas físico-financeiros (a execução das etapas dos serviços e seus pagamentos). Três obras estão com o cronograma em dia: Extensão da Linha Verde Sul, Requalificação do Corredor Marechal Floriano Peixoto (municipais) e Sistema Integrado de Monitoramento Metropolitano - SIMM (estadual).

Uma obra ainda não tem projeto (acessos à Rodoferroviária) e duas mantêm pendências em relação a desapropriações (Vias de Integração Radial Metropolitana e Corredor Aeroporto-Rodoferroviária). Segundo a Secretaria Municipal de Obras, os atrasos já vinham ocorrendo desde a gestão passada. "A atual gestão herdou as obras já com atrasos e vem procurando colocá-las em dia. Lembramos que algumas obras estavam paralisadas e tiveram que ser relicitadas, caso da Linha Verde Sul. Outras tiveram projetos refeitos e readequação de orçamentos. Hoje, no entanto, todas as obras estão em andamento e a Prefeitura tem o compromisso de entregá-las antes da Copa do Mundo", informou a Prefeitura, por meio de sua assessoria.

Os casos mais urgentes apontados pelos técnicos do TCE-PR dizem respeito ao acesso à Rodoferroviária e alguns pontos de integrações. "Parte de duas obras do pacote de mobilidade urbana para a Copa de 2014 na Região Metropolitana de Curitiba ainda não foi iniciada. Uma é de responsabilidade da Prefeitura da Capital (acessos à Rodoferroviária, que sequer tem projeto concluído) e a outra do Governo do Paraná (alça da Avenida Salgado Filho, que integra as Vias de Integração Radial Metropolitana)", indicou o relatório.

Caso o ritmo atual das obras seja mantido, informa o TCE, a conclusão dessas obras pode não ocorrer até junho de 2014 e o atraso poderá acarretar a suspensão dos repasses de recursos federais do PAC da Copa, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU).

Com a certeza da conclusão das obras dentro do prazo, a administração acredita que todas as obras trarão benefícios. "Os novos corredores da Avenida das Torres e da Avenida Marechal Floriano irão melhorar o tráfego nas regiões, facilitarão o acesso ao Aeroporto Afonso Pena e serão também vetores de integração metropolitana. A reforma da Rodoferroviária trará mais conforto aos usuários do terminal, com novas salas de embarque, escadas rolantes, elevadores, ambientes climatizados e novas plataformas. Da mesma forma o renovado Terminal Santa Cândida irá melhorar o fluxo de passageiros e se tornar ponto de integração com a Região Metropolitana.

Já a Linha Verde Sul estenderá o corredor exclusivo de ônibus até a CIC Sul, atendendo a uma região bastante populosa. E o SIM modernizará o controle de trânsito e mobilidade da cidade, com a instalação de 600 câmeras e painéis informativos nas ruas e terminais de ônibus.

Para os próximos anos, Curitiba preparou um plano de mobilidade multimodal, já encaminhado ao governo federal, que prevê, além da construção do metrô, a instalação de uma rede de ciclovias; a ampliação e melhoria da Linha Inter II (ônibus), que passará a circular em canaletas exclusivas; a ampliação do sistema BRT, com a criação de novas linhas e requalificação do sistema existente. Está nos planos também a implantação do Veículo Leve sobre Pneus (VLP), ligando o norte da cidade à Linha Verde. A previsão é de que estes modais sejam integrados. Está em projeção um plano diretor de calçadas e outro de eletromobilidade, para incentivar o uso de veículos elétricos na cidade.

Já o Plano Diretor Cicloviário prevê a instalação de bicicletários junto aos terminais de ônibus (para integrar os dois modais) e outras medidas de integração dos transportes.

Desse total de 300 quilômetros, 90 quilômetros serão ciclorotas (vias de tráfego comum e de baixo movimento, em que veículos motorizados e bicicletas compartilham o mesmo espaço, com preferência para os ciclistas): 80 quilômetros serão vias calmas (nas quais a velocidade máxima para veículos motorizados será reduzida e os ciclistas circularão em áreas demarcadas) e 130 quilômetros para outros modelos como ciclovias, ciclofaixas e passeios compartilhados entre pedestres e ciclistas.

No anúncio feito pela presidente Dilma em Curitiba, do total de R$ 3,2 bilhões para o metrô, R$ 1,8 bilhão virão do Orçamento da União a fundo perdido, além de uma linha de financiamento de R$ 1,4 bilhão, com juros baixos, que poderão ser pagos em 30 anos, e mais R$ 408 milhões para expandir 32 km do BRT. Outros R$ 87 milhões serão destinados ao governo do Paraná para a construção de corredor de ônibus e projetos para ampliar o BRT em 20 km.

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