Funcionário trabalha na reforma da capela do Hospital São Francisco de Assis, que receberá um novo complexo para a internação de dependentes químicos (REUTERS/Ricardo Moraes)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2013 às 13h34.
Rio de Janeiro - Considerado como o principal legado social da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio, a inauguração de um novo complexo para internação de dependentes químicos no Hospital São Francisco de Assis, na Usina, zona norte da cidade, não ficará pronta a tempo.
A ideia original era que a ala fosse inaugurada durante a visita do papa Francisco ao local, marcada para esta quarta-feira, 23. Agora, a previsão é de que o local só seja inaugurado no mês que vem.
"Trabalhamos 24 horas por meses, mas o prédio apresentou surpresas durante o trabalho. Vamos inaugurar daqui a um mês esses leitos", afirmou o frei Paulo Batista, diretor do hospital. A programação da visita do pontífice, no entanto, está mantida - ele deverá conversar com dependentes químicos já atendidos por entidades religiosas e conhecer as instalações atuais e as que estão em obras.
O Polo de Atenção Integral à Saúde Mental (PAI) ocupará um prédio de quatro andares no complexo hospitalar e está orçado em cerca de R$ 2,5 milhões, que foram bancados com recursos da Conferência Episcopal Italiana. Todos os 80 leitos de internação planejados deverão estar funcionando até o fim do ano, segundo a administração do hospital.
O médico psiquiatra Ítalo Marsili, diretor executivo do projeto, explicou que há um grande déficit de vagas para esse tipo de tratamento. "Estimamos que existam 600 mil dependentes químicos no Rio de Janeiro, mas a rede do SUS (Sistema Único de Saúde) conta com apenas 20 leitos de internação para casos mais graves."
Segundo o Datasus, banco de dados oficial do Ministério da Saúde, o total de leitos de internação psiquiátrica e de saúde mental na cidade é de cerca de 2 mil.
A visita do papa ao local também servirá para que o papa tenha contato com representantes de outros projetos sociais coordenados pela Igreja na região da capital fluminense.
"Apresentamos ao Santo Padre a possibilidade de visita do hospital porque ali se apresentava de forma visível toda a realidade do legado social da Jornada. O ideal seria que ele tivesse tempo e visitasse cada uma das instituições", contou o cônego Manuel Manangão, Vigário Episcopal para a Caridade Social da Arquidiocese do Rio.
Segundo ele, o papa será presenteado com uma imagem de São Francisco de Assis durante o evento.