Escavações do Túnel Santa Luzia, parte das obras do Trecho Leste do Rodoanel em São Paulo (Mauricio Rummens/Governo de SP)
Da Redação
Publicado em 8 de março de 2013 às 09h34.
São Paulo - A construção do trecho mais polêmico do Rodoanel Mário Covas, iniciado em 1998, deve começar na terça-feira (12).
O anúncio dos trabalhos preliminares no Trecho Norte foi feito na quinta-feira (07) pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que prevê que a obra completa permitirá retirar 17 mil caminhões da cidade de São Paulo.
As obras vão começar pela Rodovia Presidente Dutra. Quando o traçado estiver concluído, daqui a três anos, o Rodoanel terá os 180 quilômetros prometidos há duas décadas.
Ao citar a retirada dos caminhões da capital, Alckmin ainda frisou por diversas vezes o aumento da frota de veículos no Estado como fator que compromete o trânsito. "Em 2001, a frota do Estado era de 11 milhões de veículos. Agora, são 22 milhões. Dobrou", disse.
Especialistas, no entanto, se dizem céticos quanto à eficácia do Rodoanel como solução para o trânsito paralisado da Grande São Paulo. Apesar de classificar a obra como "necessária", o professor de Engenharia de Tráfego da Universidade de São Paulo (USP) Claudio Barbieri da Cunha disse que o anel precisa de obras complementares, de transporte público, para que os congestionamentos diminuam.
"Com a conclusão do Rodoanel, e novas medidas restritivas ao tráfego de caminhões, haverá melhora. Mas o efeito deve perder-se em cinco anos."
Trecho leste
Alckmin visitou na manhã da quinta-feira (07) as obras do Trecho Leste, em evento para marcar o encontro das duas frentes de trabalho do túnel da via, que terá um quilômetro. A obra deve ficar pronta em março do próximo ano.
Dos dez lotes que dividem o serviço, as obras estão em andamento em sete - os demais ainda aguardam licença ambiental de instalação.
Alckmin anunciou que a Agência Reguladora do Serviços Delegados de Transporte do Estado (Artesp) fará um estudo para ligar o Trecho Leste às cidades de Ribeirão Pires e Suzano.
A medida, que não é bem vista por técnicos, que classificam o Rodoanel como uma via expressa, apenas com conexão com outras rodovias, foi defendida pelo governador com a afirmação que será uma "ligação regional". A conexão provável é com a Rodovia Índio Tibiriçá, que cruza a região.