A expectativa é de que a usina entre em operação em 2015 e tenha cerca de 11 mil megawatts (MW) quando estiver totalmente concluída. Durante a Rio 20, índios já haviam feito protestos (Lunae Parracho/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2013 às 17h52.
São Paulo - O canteiro principal da hidrelétrica Belo Monte (PA) foi ocupado por indígenas nesta quinta-feira, paralisando os trabalhos no local, informou o Consórcio Construtor Belo Monte, responsável pelas obras civis na usina.
Os índios pedem suspensão das obras e estudos relacionados às barragens nos rios Xingu, Tapajós e Teles Pires, e que seja feita consulta prévia aos povos antes de tomada decisão sobre construção de hidrelétricas, segundo nota no site Conselho Indigenista Missionário (Cimi), nesta quinta-feira.
"Vocês precisam regulamentar a lei que regula a consulta prévia aos povos indígenas. Enquanto isso, vocês precisam parar todas as obras e estudos e as operações policiais nos rios Xingu, Tapajós e Teles Pires", disseram os indígenas em carta sobre a ocupação, divulgada pelo Cimi.
Cerca de 200 índios de diversas etnias, além de pescadores e ribeirinhos, estariam realizando a ocupação, segundo o Cimi, que informou ainda que a "tropa de choque da Polícia Militar já esperava pelos indígenas".
A ocupação se manterá por tempo indeterminado ou até que o governo federal atenda as reivindicações apresentadas, segundo o Cimi.
A Norte Energia, empresa responsável pela construção da usina, informou que cerca de 50 indígenas da etnia Munduruku ocuparam o escritório da empresa no canteiro Belo Monte. A assessoria da empresa ainda não tinha informações sobre reivindicações.
A hidrelétrica no rio Xingu já passou por diversas paralisações desde o início da construção em 2011, causadas por greves de trabalhadores ou ocupações. A última tinha ocorrido no fim de março.
A expectativa é de que a usina entre em operação em 2015 e tenha cerca de 11 mil megawatts (MW) quando estiver totalmente concluída.
A Norte Energia tem entre os acionistas a Eletrobras, os fundos Petros e Funcef, a Neoenergia, a Cemig e a Light.
Atualmente, cerca de 22 mil trabalhadores atuam na construção da usina.