Henrique Meirelles: o aumento do imposto de renda foi ventilado e derrubado pelo governo (Adriano Machado/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 9 de agosto de 2017 às 06h52.
Última atualização em 9 de agosto de 2017 às 07h24.
Supremo contra o reajuste?
Ao menos seis dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal indicaram, em consulta feita pelo jornal O Estado de S. Paulo, que são contra a inclusão de um reajuste salarial de 16,38% no orçamento da Corte para 2018. Este percentual de aumento foi aprovado em julho pelo Ministério Público Federal, mas para ter validade, é preciso que o Supremo encampe a proposta. Acontece que a proposta faria com que os salários dos procuradores, em alguns casos, superasse o dos ministros do Supremo, teto do funcionalismo público, atualmente em 33.700 reais.
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O vaivém do IR
O presidente Michel Temer confirmou nesta terça-feira que o governo avaliou o aumento da alíquota do Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas com salários acima de 20.000 reais. Mas, após reação negativa, voltou atrás no início da noite. O discurso oficial do governo agora é que aumentos de impostos estão em análise, mas o IR está fora da lista. Os estudos acontecem poucas semanas após o aumento do imposto sobre combustíveis (PIS/Cofins) e mostram a corrida para cumprir as metas fiscais deste e do próximo ano, que sempre foram descritas pelo governo como imutáveis.
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Temer pede suspeição de Janot
A defesa do presidente Michel Temer entrou nesta terça-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) com um pedido de suspeição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com relação às investigações que envolvem o presidente. O pedido foi divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo. A defesa alega que a atuação de Janot nos casos relacionados ao presidente da República extrapolam os limites constitucionais. Se o pedido for aceito pelo STF, o atual chefe da Procuradoria-Geral da República fica impedido de atuar em casos que envolvam Temer. A defesa de Temer afirma que Janot mantém um “obstinado empenho no encontro de elementos incriminadores do presidente, claramente excessivo e fora dos padrões adequados e normais, bem como as suas declarações alegóricas e inadequadas, mostram o seu comprometimento com a responsabilização penal do presidente”. O caso da delação premiada da J&F e a denúncia contra Temer são utilizadas como exemplo desses excessos.
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Senado arquiva denúncias
O Conselho de Ética do Senado arquivou, por 12 votos a 2, a denúncia contra as senadores Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-RR), Vanessa Graziotin (PCdoB-AM), Regina Souza (PT-RN), Lídice da Mata (PSB-BA) e Ângela Portela (PDT-RR), por possível quebra de decoro parlamentar. Elas ocuparam por sete horas a mesa diretora do Senado no dia da votação da reforma trabalhista, em 11 de junho. A sessão foi tensa nesta terça no Conselho de Ética. Enquanto o presidente do conselho, João Alberto Souza (PMDB-MA), falava sobre o processo contra seis senadoras, o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), tomou a palavra. Ele classificou a sessão de “ridícula”, uma vez que o próprio conselho havia absolvido o senador Aécio Neves (PSDB-MG), acusado de receber 2 milhões de reais em propina de Joesley Batista.
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Kroton compra Somos?
A companhia de ensino superior Kroton sinalizou ao grupo Tarpon que está disposta a desembolsar até 5 bilhões de reais pela Somos Educação, segundo informações do Brazil Journal. O valor é 33% maior do que o atual valor de mercado da Somos, de 3,75 bilhões de reais. As ações da Kroton fecharam em alta de 0,47%. Fora do Ibovespa, a Somos teve alta de 4,9%.
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Bitcoin recorde
A moeda digital bitcoin quebrou um novo recorde nesta terça-feira. A criptomoeda superou a cotação de 3.500 dólares pela primeira vez. Durante a tarde, os ganhos foram reduzidos, levando o preço para a casa dos 3.411 dólares. O aumento do interesse é visto como um reflexo do alívio do mercado com o desfecho de uma confusão envolvendo a criptomoeda. No último dia 1°, o bitcoin foi dividido em duas moedas virtuais: o bitcoin convencional e o bitcoin cash. O motivo da criação de uma “nova bitcoin” foi um conflito que se arrastava por anos, entre membros da comunidade, sobre a escolha de uma atualização de um software. Originalmente, o design da moeda exigia o armazenamento de informações na cadeia de código, o que tornava algumas operações lentas. Com a divisão, grupos antagônicos seguiram cada um o seu caminho.
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Disney sai do Netflix
O conglomerado de mídia Disney anunciou nesta terça-feira que vai retirar seu conteúdo da plataforma de streaming Netflix. De acordo com o presidente da Disney, Bob Iger, a empresa vai lançar sua própria plataforma de streaming em 2019. Segundo ele, a plataforma própria contará com filmes, produções do estúdio Disney, novos investimentos em conteúdo original da marca para a televisão e transmissões do canal esportivo ESPN. Após a divulgação da Disney, as ações da Netflix caíram mais de 4%.
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Google demite, WikiLeaks contrata
O engenheiro de software James Damore foi demitido do Google após escrever um relatório interno afirmando que o número de mulheres que trabalham na empresa em comparação ao de homens é menor devido a uma questão biológica, e não de discriminação. Damore se baseia na informação de que mulheres são menos interessadas em empregos com altos níveis de estresse, porque elas seriam mais ansiosas do que os homens. O presidente do Google, Sundar Pichai, disse que as afirmações do funcionário feriram o código de conduta ao reforçar graves estereótipos de gêneros. O ex-funcionário afirmou que sua demissão é um caso em que o Google não se mostra aberto às opiniões de seus empregados. Poucas horas depois, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, ofereceu emprego a Damore afirmando que “censura é para perdedores”.