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O Supremo ferve — e Moro cresce

O ano começou intenso no Judiciário. Antes mesmo da abertura dos trabalhos, uma indefinição sobre a escolha do novo relator da Lava-Jato acirrou os ânimos na corte. Era dada como certa a ida de Edson Fachin para a segunda turma, e sua consequente entrada na disputa pela relatoria do maior escândalo de corrupção do país. […]

SESSÃO DO SUPREMO: à direita, a toga de Teori ocupa a cadeira em que ele se sentava  / José Cruz/Agência Brasil

SESSÃO DO SUPREMO: à direita, a toga de Teori ocupa a cadeira em que ele se sentava / José Cruz/Agência Brasil

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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 17h44.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h57.

O ano começou intenso no Judiciário. Antes mesmo da abertura dos trabalhos, uma indefinição sobre a escolha do novo relator da Lava-Jato acirrou os ânimos na corte. Era dada como certa a ida de Edson Fachin para a segunda turma, e sua consequente entrada na disputa pela relatoria do maior escândalo de corrupção do país.

Mas, em entrevista, o ministro Marco Aurélio Mello afirmou que, por antiguidade, deveria ter ele mesmo a opção de migrar de turma, e que não havia sido consultado no processo. O fato é que a migração de Fachin depende que, além de Marco Aurélio, outros três ministros abram mão de entrar na segunda turma — Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso. No melhor cenário, a escolha do novo relator ficará para a próxima quinta-feira.

Ainda nesta quarta, o ministro Gilmar Mendes pediu vista nesta quarta-feira e interrompeu julgamento que discutia se políticos que respondem a ações penais podem integrar a linha sucessória da presidência da República.

O primeiro dia de trabalho do Supremo começou com homenagens ao ministro Teori Zavascki, morto há 13 dias. Sua toga foi colocada na cadeira em que ele se sentava, e o decano da corte, Celso de Mello, fez um discurso incisivo em sua memória. Mello disse que o Brasil deve ter um Poder Judiciário que corresponda aos “anseios de seu povo”, com juízes “desvinculados de interesses partidários”. Afirmou ainda que o país precisa de “um juiz iluminado por suas qualidades pessoais, e não pelos refletores das celebridades”.

Até aqui, o governo já levantou mais de 40 candidatos à vaga. Nesta terça-feira, o processo ficou ainda mais embaralhado. Uma eleição interna da Associação dos Juízes Federais (Ajufe) colocou Sergio Moro em primeiro lugar numa lista tríplice para a cadeira de Teori. A lembrança, segundo Moro, “reflete o apoio dos magistrados federais aos trabalhos da Operação Lava-Jato”.

Para juristas e políticos consultados por EXAME Hoje, a nomeação é praticamente impossível, porque soaria como uma manobra política para tirar Moro da Lava-Jato. Além disso, Moro certamente ficaria impedido de julgar a Lava-Jato no Supremo.

De qualquer forma, a lista da Ajufe será entregue a Michel Temer, que tem liberdade na nomeação. Desde 1894, como lembra o colunista de EXAME Hoje Sérgio Praça, o nome indicado pelo presidente sempre é vaticinado no Congresso. Apesar da torcida, certamente não será o de Moro.

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