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O que temíamos está pior, diz OAB sobre desocupação no Rio

Representante do órgão diz que a OAB avisou para que a reintegração, feita no antigo prédio da Telerj, fosse feita com cautela

Terreno da Oi, na zona norte do Rio, ocupado por moradores de comunidades: prédio foi ocupado por cerca de 5 mil moradores há 11 dias (Tânia Rêgo/ABr)

Terreno da Oi, na zona norte do Rio, ocupado por moradores de comunidades: prédio foi ocupado por cerca de 5 mil moradores há 11 dias (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2014 às 11h11.

Rio de Janeiro - "Tudo o que temíamos está acontecendo e de uma forma ainda pior", avaliou o presidente da 55ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (Méier), Humberto Cairo, que vinha tentando mediar um consenso entre os invasores do antigo prédio da Telerj, no Engenho Novo, e a Telemar, que é dona do terreno.

O prédio foi ocupado por cerca de 5 mil moradores há 11 dias.

Após uma das lideranças dos manifestantes ser presa, o confronto se acirrou e os policiais usam bombas de efeito moral e gás lacrimogênio para controlar a situação.

"A OAB avisou para que essa reintegração fosse feita com cautela. Posso garantir que o melhor era o diálogo entre as pessoas. Deveríamos sentar, conversar, ver quem realmente é necessitado ali e fazer um cadastramento", afirma Cairo.

"Não podemos aceitar o vandalismo, nem a irregularidade, mas também não aceitamos truculência e a situação de perigo a que estas pessoas estão sendo expostas".

Representante dos moradores da ocupação, Maria José Silva, também criticou a ação: "Estamos sendo tratados como bichos. A solução que eles deram é um massacre. Fomos até eles e pedimos para acompanhar a reintegração, mas eles não aceitaram e o que estamos vendo é esta violência, com ônibus queimado, policial ferido e criança ferida".

"Muitas pessoas saíram desesperadas e deixaram as coisas lá dentro. Teve gente que saiu para trabalhar e agora não está conseguindo voltar nem para pegar os documentos", conta Maria José, que não mora na comunidade, mas vinha acompanhando a ocupação de perto por morar em uma favela próxima.

"Estão falando que lá tem traficantes, mas são pessoas humildes que precisam de uma moradia", observou.

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