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O que Temer fez na reta final para emplacar a PEC do teto

Para garantir quórum na votação da proposta, presidente ofereceu jantar para mais de 200 parlamentares neste domingo

Para reforçar importância da aprovação da PEC do teto de gastos públicos, Temer ofereceu jantar a mais de 200 parlamentares no Palácio da Alvorada neste domingo

Para reforçar importância da aprovação da PEC do teto de gastos públicos, Temer ofereceu jantar a mais de 200 parlamentares no Palácio da Alvorada neste domingo

Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro

Publicado em 10 de outubro de 2016 às 12h15.

Brasília – Considerada a menina dos olhos do ajuste fiscal, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto de gastos públicos (PEC 241/16) movimentou o final de semana do presidente Michel Temer (PMDB). O peemedebista e o núcleo duro de seu governo participaram ativamente das articulações na reta final para garantir uma aprovação expressiva do texto-base na Câmara dos Deputados. 

O domingo de Temer foi agitado. De acordo com a liderança do governo na Câmara, Temer participou de uma reunião na residência do deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF), líder do PSD na Casa. 

No encontro, que ocorreu no Lago Sul, área nobre de Brasília, o presidente reforçou a importância de aprovar com boa margem a proposta que visa limitar as despesas públicas do governo federal.

Segundo Rosso, Temer e os líderes da base governista definiram uma estratégia para convencer parlamentares indecisos a votarem a favor da PEC do teto. 

Otimista, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que pela contabilidade dos líderes da base, haverá quórum nesta segunda para votar a proposta. “O número de votos contabilizados pelos líderes da base é mais do que suficiente para um bom resultado”, afirmou a EXAME.com.

Jantar para mais de 200

Com o objetivo de reforçar a necessidade de se aprovar a PEC para alcançar o equilíbrio das contas públicas e para garantir quórum na votação desta segunda-feira (10), Temer ofereceu na noite deste domingo (9), no Palácio da Alvorada, um jantar para mais de 200 parlamentares que integram a base governista.

De acordo com o cerimonial, o jantar reuniu 281 convidados, sendo 217 parlamentares – incluindo Maia e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) -, 33 ministros e assessores especiais e 31 esposas de congressistas.

Entre os presentes estavam os líderes do PSDB, Antonio Imbassahy; do PMDB, Baleia Rossi; do PSD, Rogério Rosso; do DEM, Pauderney Avelino; e do PTB, Jovair Arantes. Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Dyogo Oliveira (Planejamento), Mendonça Filho (Educação) e Ronaldo Nogueira (Trabalho) também compareceram.

O jantar contou com duas palestras dos economistas José Márcio Camargo e Armando Castelar. Depois deles, falaram Renan e Maia. Temer foi o último a discursar.

Em sua fala, o presidente afirmou aos deputados que qualquer movimento de natureza corporativista que tente denegrir a PEC "não pode ser admitido". Além disso, Temer destacou o compromisso dos parlamentares para aprovar a PEC, parabenizando a “responsabilidade deles em comparecerem ao Congresso para votar uma matéria importante mesmo em uma antevéspera de feriado”.

O cardápio contava com salada com molho agridoce, risoto de shitake, filé ao molho madeira, salmão grelhado, legumes ao vapor e pene com tomate seco. Na sobremesa, as opções também eram variadas: frutas, pudim de tapioca e goiabada com queijo.

Indagada sobre o valor que teria sido desembolsado para a realização do jantar, a assessoria da presidência afirmou que não possui essa informação.

Em seu último passo para garantir a aprovação da matéria, Temer exonerou dois ministros de seu governo para que eles possam retomar temporariamente o mandato de deputados federais e votar a favor da PEC do teto de gastos públicos. De acordo com o Diário Oficial da União desta segunda-feira (10), os ministros Bruno Araújo (Cidades) e Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) foram exonerados. Após a votação da PEC, eles voltarão para as pastas.

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