Médico em hospital (Getty Images/Reprodução)
Valéria Bretas
Publicado em 14 de janeiro de 2017 às 06h00.
Última atualização em 17 de abril de 2017 às 16h53.
São Paulo – Desde dezembro, a Bahia e o Ceará enfrentam o surto de uma doença misteriosa. A chamada “mialgia aguda”, que deixa a urina escura, já atingiu mais de 50 pessoas e causou duas mortes no país.
EXAME.com conversou com a Secretaria de Saúde de ambos estados para entender o que se sabe sobre essa nova doença.
Veja abaixo o que está relacionado ao surto.
Quando e onde começou o surto?
O primeiro registro foi notificado à Secretaria de Estado da Saúde da Bahia em 14 de dezembro de 2016. Desde então, novos casos foram verificados no município de Vera Cruz (BA), Salvador (BA) e Fortaleza (CE).
Quais são os sintomas relacionados?
Dentre os casos investigados pela Secretaria de Saúde da Bahia, 97,7% apresentaram dores musculares intensas (principalmente na região cervical e trapézio), 44,2% dor ao leve toque no corpo, 47,7% urina escura (com a cor variando entre vermelho escuro e castanho) e 36,4% relataram dores articulares e sudorese.
Todos os pacientes registraram elevação das enzimas musculares cretinofosfoquinase (CPK), que compromete a função renal do indivíduo.
Quantas pessoas foram infectadas pelo vírus?
Até a publicação desta reportagem, 52 casos suspeitos de mialgia aguda foram relatados nos municípios de Salvador (51) e Vera Cruz (1). Dois pacientes foram a óbito.
No Ceará, três casos foram notificados em Fortaleza até o dia 10 de janeiro de 2017.
O que causa o problema?
Ainda não há certeza sobre a causa real da doença. No entanto, a partir do surgimento dos casos, especialistas passaram a desconfiar que o problema esteja relacionado com o consumo de um determinado peixe do litoral da Bahia, conhecido como olho de boi ou arabaiana.
Quais exames comprovam a presença do vírus e qual o tratamento?
No caso de suspeita, o paciente deve ter as amostras de fezes, urina, soro e hemocultura coletadas.
Como as causas da doença ainda estão sendo investigadas, a orientação de tratamento é hidratação imediata e uso de analgésicos. O uso de antiinflamatórios não é recomendado.
Segundo as Secretarias de Saúde dos estados, não há nenhum tipo de prevenção específico.