São Paulo - O
Senado aprovou nesta terça-feira a indicação do jurista Luiz Edson Fachin para o Supremo Tribunal Federal (
STF). Foram 52 votos a favor e 27 contra. Desde que seu nome foi sugerido pela presidente, Fachin sofreu forte resistência do Senado devido ao seu suposto envolvimento com o Partido dos Trabalhadores (
PT) e proximidade com movimentos sociais. Mas a relação estremecida de Dilma com o Senado também pesou para dificultar o processo. Em mais um momento durante a sabatina da semana passada, alguns parlamentares repetiram que não seriam "carimbadores da República". Tanto que o professor da Universidade Federal do Paraná precisou enfrentar 11 horas de questionamentos. Fachin, que chegou até a chorar durante a sabatina, manteve uma postura humilde e respondeu a temas polêmicos como casamento gay, aborto, redução da maioridade penal e financiamento privado de campanhas.
Depois da sabatina mais longa dos últimos tempos para o cargo de ministro do STF - foram 11 horas -, o jurista foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por 20 votos a 7.
Mesmo assim, o presidente do Senado, Renan Calheiros, estaria trabalhando nos bastidores para impedir a aprovação do jurista no plenário. Há relatos de que ele teria até deixado a votação para esta semana com o objetivo de esperar que os deputados da oposição chegassem de viagem. Em toda a história da República brasileira, o Senado rejeitou apenas cinco indicados ao Supremo – todos durante o conturbado governo do presidente Floriano Peixoto, que comandou o país entre 1891 e 1894. Veja, nos slides, a opinião do novo ministro do STF sobre assuntos que têm gerado acaloradas discussões no país.