São Paulo - No centro das denúncias da Operação Lava Jato, que investiga o escândalo de corrupção na Petrobras, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa prestou depoimento hoje à CPI da
Petrobras. Se no ano passado, o ex-executivo optou pelo silêncio durante o depoimento à comissão, desta vez, ele falou - e muito. Foram mais de três horas de declarações com direito até a listagem de políticos que teriam recebido propina da diretoria de Abastecimento da estatal. Entre eles, o presidente do Senado, Renan Calheiros. Costa admitiu que, apesar de nunca ter se encontrado com o
Eduardo Campos, teria sido procurado por um secretário do político para dar uma
ajuda financeira para a campanha do então candidato ao governo de Pernambuco. Campos morreu no ano passado em um acidente de avião durante a corrida presidencial. Durante o depoimento, Costa atacou com veemência as doações empresariais e foi claro: não há almoço de graça neste tipo de relação. Segundo ele, ao doar para um político, as empresas querem retorno. Uma das principais descobertas da
Operação Lava Jato é de que o financiamento empresarial de campanhas eleitorais foi usado como um método para maquiar propinas. Segundo o ex-diretor, a origem da corrupção na Petrobras não está na estatal, mas sim em Brasília, por meio de "maus políticos". O erro dos dirigentes da empresa, segundo ele, foi ter sido conivente com o cartel de empreiteiras que negociava contratos com a Petrobras. Ele
negou, contudo, que teria conversado sobre corrupção com a presidente
Dilma Rousseff. Veja, nas fotos, algumas das frases mais polêmicas de Costa durante o depoimento.