Ato em Brasília é em apoio à Operação Lava Jato e contra a corrupção e a forma de se fazer política no Brasil (Marcelo Casall/Agência Brasil)
Talita Abrantes
Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 13h00.
Última atualização em 5 de dezembro de 2016 às 17h02.
São Paulo — 96% dos brasileiros querem a continuidade das investigações da Operação Lava Jato independente das consequências. É o que revela pesquisa da consultoria Ipsos realizada entre 1 e 13 de novembro em 72 cidades.
Essa é a maior proporção de pessoas que declararam apoio às investigações desde que a pergunta começou a ser feita em janeiro de 2016.
O resultado do estudo endossa a mensagem dos protestos deste domingo, que levaram milhares às ruas em todos os estados em defesa da Lava Jato, que apura esquema de corrupção na Petrobras e em outras estatais.
Partidos
O levantamento, no entanto, revela um paradoxo: apesar do franco apoio, o brasileiro não tem muitas informações sobre as principais suspeitas da Lava Jato.
Isso se mostra em um dado básico: 66% dos brasileiros associam o PT à corrupção da Petrobras e apenas 7% fazem essa ligação com o PMDB – que também tem políticos investigados na Lava Jato.
Nenhum entrevistado associou o PP ao escândalo. Em tempo: o partido é o que detém a maior lista de políticos suspeitos de envolvimento no caso. Um quinto dos entrevistados (19%) não soube responder a essa pergunta e 5% preferiram não se posicionar.
Uma das principais conclusões ao se olhar para o estudo da Ipsos é de que o PT está, de fato, na berlinda perante a opinião pública. 82% dos entrevistados afirmam que as investigações mostram que todos partidos são corruptos, mas para 72% deles, o PT é mais corrupto do que os outros.
Para 83% dos entrevistados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, provavelmente, será citado na delação premiada dos executivos da Odebrecht. Apenas 54% acreditam que o presidente Michel Temer estará na mesma situação.