São Paulo – Depois de encher ruas clamando pelo impeachment e de ver a presidente Dilma Rousseff (PT) ser afastada, a principal inquietação dos brasileiros é de que, mesmo com a chegada de um novo governo ao poder, nada mude na política brasileira.
É o que revela estudo da empresa de pesquisas Ipsos realizado entre 29 de abril a 14 de maio com 1,2 mil pessoas de 72 cidades. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.
De acordo com o relatório Pulso Brasil, 14% dos entrevistados apontam que o que mais os preocupa neste período de transição de governos é de que tudo continue do mesmo jeito. Crise econômica, aumento da corrupção e a crise política vêm em seguida com 12% e 11%, respectivamente.
O resultado da pesquisa faz sentido quando se olha para a principal bandeira dos protestos dos últimos anos. Mais do que um novo gestor no Executivo federal, o que os brasileiros querem é uma revolução radical na maneira como se faz política.
O problema é que, aparentemente, o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), ainda não representa, para a opinião pública, o papel de protagonista para tais transformações.
Mesmo com todo apoio da classe política, o peemedebista amargava, na época da pesquisa, uma taxa de desaprovação tão ruim quanto a de Dilma.
Segundo o relatório, 67% dos entrevistados naquele momento desaprovavam totalmente ou um pouco a atuação do então vice – nível semelhante ao de sua antecessora, cuja gestão, às vésperas da votação, era considerada como ruim ou péssima por 69% da população.
Em abril, a taxa de aprovação de Temer era de 24%. No mês seguinte, caiu para 16%. Como os dados foram coletados no período que antecedeu à posse do peemedebista e nos três primeiros dias da nova gestão, os números não abarcam uma suposta reação ao teor da estreia do governo interino - mas sinalizam os desafios que estão pela frente.
“Temer representa o político tradicional, a velha política”, diz Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Public Affairs. “Falta uma agenda clara e o fato dele não ter uma imagem sólida como gestor”.
Pesa contra o presidente interino também a baixa taxa de credibilidade dos políticos em geral perante os brasileiros. Segundo o relatório, 78% dos entrevistados afirmaram que não confiam na classe política. Ao mesmo tempo, de cada 10 participantes da pesquisa, 7 se declararam favoráveis à realização de novas eleições presidenciais neste ano.
Por outro lado, a percepção do brasileiro sobre o rumo do país teve uma breve melhora no período analisado. Em março, 94% dos entrevistados consideravam que o Brasil estava no caminho errado. No mês seguinte, a taxa caiu para 88%.
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1/15 (José Cruz/Agência Brasil)
São Paulo – Nem mesmo a lembrança de ver suas poupanças congeladas há 3 décadas fez com que os brasileiros colocassem o hoje senador
Fernando Collor de Mello (PTB-AL) no topo do
ranking dos políticos mais reprovados do Brasil. Segundo levantamento da empresa de pesquisas Ipsos, esse posto pertence hoje ao peemedebista
Eduardo Cunha, afastado da presidência da Câmara no início do mês passado. Primeiro político a virar réu no âmbito da
operação Lava Jato, Cunha é acusado de ter recebido, ao menos, 5 milhões de dólares de pagamentos em propina para facilitar dois contratos entre o estaleiro Samsung e a Diretoria Internacional da
Petrobras. Nesta terça-feira (7), o Conselho de Ética da Câmara deve finalmente votar parecer que sugere a cassação do mandato do peemedebista em um processo que já se estende por mais de sete meses. Ele é acusado de mentir à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras ao afirmar, em depoimento, não ter contas no exterior em seu nome. Se aprovado, o relatório será encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que deve avaliar os recursos que questionam os procedimentos adotados pelo Conselho de Ética. Caso o colegiado rejeite todos recursos, o processo segue para o plenário da Câmara, que decide pela cassação ou manutenção do mandato do peemedebista. A habilidade do deputado afastado para orquestrar manobras com o intuito de salvar o próprio mandato tira as esperanças, contudo, de quem quer vê-lo longe do poder. Em
entrevista exclusiva a EXAME.com nesta segunda, o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PR-BA), afirmou que afastamento de Cunha não foi suficiente para impedir que ele atrapalhasse os trabalhos do colegiado. "Ele continua frequentando a Câmara, telefonando para os deputados, a influência dele está no ar", disse Araújo.
Uma classe em xeque A percepção negativa do brasileiro sobre Cunha não é um caso isolado. Segundo o relatório, 78% dos entrevistados afirmaram que não confiam nos políticos em geral. As Forças Armadas, em contrapartida, ganharam um voto de confiança de 41% dos participantes da pesquisa. Não por acaso, o
maior temor dos brasileiros para este período de transição de governos é de que tudo continue do mesmo jeito no cenário político. O levantamento foi realizado entre realizado entre os dias 29 de abril e 14 de maio com 1,2 mil pessoas de 72 cidades. A margem de erro é de 3 pontos percentuais. A pesquisa pediu para os entrevistados avaliarem a atuação de 29 políticos e personalidades. EXAME.com selecionou aqueles cuja taxa de resultado em que o entrevistado disse que não sabia responder foi menor que 30%. Veja quem são eles.
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2. Eduardo Cunha (PMDB), presidente afastado da Câmara dos Deputados
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2/15 (Ueslei Marcelino/Reuters)
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3. Fernando Collor de Mello (PTB-AL), senador
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3/15 (REUTERS/Ueslei Marcelino)
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4. Renan Calheiros (PMDB-CE), presidente do Senado
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4/15 (Marcos Oliveira/Agência Senado)
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5. Dilma Rousseff (PT), presidente afastada*
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5/15 (Ueslei Marcelino / Reuters)
* A pesquisa perguntou se a gestão da petista era péssima, ruim, regular, ótima ou boa
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6. Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ex-presidente da República
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6/15 (Adriano Machado/Reuters)
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7. Michel Temer (PMDB), presidente em exercício
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7/15 (Ueslei Marcelino/Reuters)
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8. Aécio Neves (PSDB-MG), senador
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8/15 (Carlos Becerra / AFP)
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9. Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo
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9/15 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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10. Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ex-presidente da República
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10/15 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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11. José Serra (PSDB), ministro das Relações Exteriores
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11/15 (Reuters/Ueslei Marcelino)
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12. Marina Silva (Rede-AC), ex-candidata à presidência da República
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12/15 (Vagner Campos/MSILVA Online)
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13. Sergio Moro, juiz federal da 13ª Vara de Curitiba (PR) responsável pelas ações penais da Lava Jato em 1ª instância
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13/15 (Reuters)
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14. Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF
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14/15 (Nelson Jr./SCO/STF)
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15. Veja agora:
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15/15 (Ueslei Marcelino / Reuters)