Balas de revólver: chacina foi a pior do ano no Estado de São Paulo (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2015 às 00h00.
São Paulo - A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo anunciou hoje a criação de uma força-tarefa para investigar a série de ataques que ocorreram na noite de ontem (17), na qual foram mortas 18 pessoas na Grande São Paulo.
Em Osasco, 15 pessoas foram assassinadas e outras três foram mortas em Barueri, de acordo com o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes. Outras seis pessoas ficaram feridas.
A polícia suspeita que os ataques tenham relação entre si e que tenham acontecido em resposta à morte de um policial militar e um guarda civil metropolitano nas cidades recentemente.
Veja o que já se sabe a respeito da chacina, a pior do ano no Estado de São Paulo.
Os ataques
O primeiro ataque foi realizado em um bar do bairro Jardim Munhoz Jr., em Osasco, e deixou 8 mortos e 2 feridos.
Outras 7 pessoas foram mortas na cidade ao longo da noite. Todas as vítimas eram da zona Norte.
Em Barueri, duas pessoas foram mortas no Parque dos Camargos e outra vítima foi morta no bairro Engenho Novo.
A polícia diz que foi comunicada do primeiro crime por volta das 21h e, do último, aproximadamente às 23h.
Testemunhas identificaram um Peugeot prata como o carro que levava os criminosos, que estavam encapuzados. Uma moto preta também foi vista, de acordo com as investigações.
Ao menos 6 pessoas e três carros foram usados nos crimes, segundo o secretário de Segurança Pública.
Investigações e suspeitas
A Secretaria de Segurança Pública afirma que criou uma força-tarefa formada por 70 policiais civis e técnico-científicos para investigar a chacina.
Nos locais dos assassinatos, foram encontradas cápsulas de armas calibre 38 e .380, de uso da Guarda Civil Metropolitana, e de pistola 9mm, de uso exclusivo das Forças Armadas.
Testemunhas disseram que os criminosos perguntavam às vítimas sobre quem tinha passagem policial antes de cometer as execuções. A participação de policiais no crime não é descartada, mas a Corregedoria da PM, que investiga quando há indícios da participação de militares em crimes, não está na equipe formada pela secretaria.
O prefeito de Osasco, Jorge Lapas, afirmou que os ataques podem ser uma “espécie de revide”, já que, na última sexta-feira, um cabo da PM foi morto após ser abordado por dois homens armados na cidade. Na quarta-feira (12), um guarda civil metropolitano foi morto durante um assalto em Barueri.
20 mortes chegaram a ser divulgadas, mas o governo afirmou que 18 estavam relacionadas entre si. Outra morte ocorreu em Itapevi na mesma noite, mas a ligação dela com os outros crimes foi descartada.
Alexandre de Moraes anunciou também que o policiamento da região foi reforçado com 43 viaturas da Rota, da Força Tática e do Comando de Operações Especiais para garantir a segurança. Se preciso for, ainda de acordo com o secretário, o reforço pode ser ampliado.
Essa foi a maior chacina de 2015 no Estado até agora. Desde o começo do ano, seis ocorrências do mesmo tipo já aconteceram em São Paulo.