Bebês (Philippe Huguen/AFP)
Valéria Bretas
Publicado em 4 de fevereiro de 2016 às 18h06.
*Atualizado em 4/2
São Paulo – O número de suspeita de microcefalia em recém-nascidos registrados só este ano no Brasil já supera a marca das 700 ocorrências, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados nesta terça-feira.
Para se ter uma ideia da gravidade do surto, no ano passado, foram 147 casos de bebês nestas condições - o que representa um aumento de 375%.
A principal hipótese para o surto da doença é a infecção das gestantes pelo vírus Zika, transmitido pelo mosquito aedes aegypti. No entanto,os casos continuam sendo investigados.
“O que os pesquisadores estão dizendo é que podemos afirmar com segurança que é acima de 90% a probabilidade de ser verdadeiramente o Zika”, diz Marcelo Castro, ministro da Saúde. "Se tivéssemos uma literatura internacional que nos respaldasse. O problema é que tudo que está acontecendo no Brasil é inédito. No mundo todo, não há um caso de epidemia de Zika nem de surto de microcefalia como está acontecendo no Brasil".
Ao menos 6 estados registraram um aumento significativo nas suspeitas. Em Pernambuco, por exemplo, a adição de 2014 para 2015 foi de 475 casos - quase 4.000% a mais do que no ano anterior.
Veja, no mapa, o comparativo do número de casos de suspeita de microcefalia entre 2014 e 2015.
O que é e o que causa a microcefalia?
A microcefalia é uma anomalia congênita caracterizada pela alteração no tamanho do crânio do recém-nascido - bem abaixo da média. Ela pode ser diagnosticada ainda na gestação e deixa sequelas como problemas cognitivos, de visão e audição.
A má nutrição das mães, o uso de drogas e álcool durante a gravidez e doenças como rubéola e toxoplasmose são os fatores que podem causar a anomalia.