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O governo Temer acabou, diz Lindbergh Farias

Para o parlamentar de oposição, o fato de Temer poder ter autorizado a compra do silêncio de Eduardo Cunha é passível de afastamento do presidente

Lindbergh Farias: ele informou ao Senado sobre a gravação da conversa de Temer (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Lindbergh Farias: ele informou ao Senado sobre a gravação da conversa de Temer (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de maio de 2017 às 21h08.

Última atualização em 17 de maio de 2017 às 22h37.

Brasília — O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foi o responsável por dar a notícia, em plenário, do suposto áudio entre donos da JBS e o presidente Michel Temer, autorizando a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"O governo Temer acabou", afirmou o senador após ler a notícia da existência de suposto áudio durante as votações no plenário do Senado.

Para o parlamentar de oposição, o fato é grave e passível de afastamento do presidente. Para ele, o áudio comprova golpe no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

O presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (PMDB-CE), aliado de Michel Temer, tentou abafar as manifestações no plenário e dar continuidade às votações na Casa.

Ele seguiu aprovando simbolicamente diversos projetos, enquanto os senadores esvaziavam o plenário para se reunirem com suas bancadas.

Nos corredores, o burburinho entre os senadores. Oposicionistas comemoravam a notícia, como uma comprovação de que houve golpe no impeachment que retirou o PT do governo.

Aliados próximos de Temer, fugiram dos holofotes. Mas muitos parlamentares da base comentavam o assunto com perplexidade.

O senador Dário Berger (SC), do mesmo partido de Temer, afirmou que, se confirmada, informação é uma "bomba".

Magno Malta (PR-ES) disse que não é advogado do presidente. "Quem deve, tem que pagar."

Sem quórum, Eunício encerrou a sessão do Senado. O peemedebista saiu sem dar entrevistas e se limitou a dizer que não caberia ao presidente do Senado comentar a situação do presidente da República.

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